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Prender assassinos de dentista é questão de honra, diz delegado

Cinthya de Souza foi queimada viva por bandidos que se irritaram porque ela tinha pouco dinheiro na conta; polícia divulgou retrato falado de suspeitos

Por Jean-Philip Struck
26 abr 2013, 19h08

“É vergonhoso ver tamanha crueldade. É uma questão de honra ver presos esses elementos”. Essas foram as palavras do delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Mauricio Souza Blazeck, ao divulgar nesta sexta-feira o retrato falado de dois suspeitos do assassinato da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, que foi queimada viva durante assalto ao seu consultório em São Bernardo do Campo (SP). Mais cedo, a polícia já havia divulgado imagens do primeiro suspeito, identificado como Jonatas Cassiano Araújo, de 21 anos. Ninguém foi preso até o momento.

Os dois novos suspeitos são descritos como homens de pele parda, olhos escuros e 1,75 m de altura.

Jonatas Araújo foi identificado por meio de imagens onde ele aparece usando o cartão do banco da vítima em uma loja de conveniência de posto de gasolina. Um adolescente relatou que o suspeito contou a ele que o assalto tinha terminado mal. A polícia ainda trabalha com a suspeita de que o grupo de criminosos era formado por quatro pessoas.

Em entrevista nesta tarde, o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Mauricio Souza Blazeck, disse que as investigações apontam que o grupo cometeu mais dois assaltos similares nos últimos meses, também em consultórios odontológicos. Um deles fica em São Paulo, e o outro, em Diadema, na região metropolitana de São Paulo. A polícia afirma que a arma, o carro e as descrições dos suspeitos são semelhantes nesses casos. Um deles ocorreu em outubro do ano passado, e o outro em 18 de abril.

Além disso, na garagem do edifício da família de Jonathan, descrito pela polícia como sendo de “classe média baixa”, os investigadores encontraram um automóvel Honda Fit que havia sido roubado no assalto ao consultório do dia 18 de abril. “São elementos perigosos, que não podem permanecer soltos. Eles agem com violência costumeira. Não colocaram fogo nos outros casos, mas já ameaçaram”, disse Blazeck, segundo quem os criminosos usaram “tortura psicológica” com outras vítimas.

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Crueldade – O delegado definiu o crime como “bárbaro”, e disse que a polícia ainda não conseguiu determinar qual foi a motivação para atear fogo na dentista Cinthya Souza. A polícia suspeita que os criminosos ficaram irritados porque a vítima tinha somente 30 reais na conta. Em seguida, despejaram álcool e atearam fogo na vítima.

Já o delegado seccional de São Bernardo do Campo, Waldomiro Bueno Filho, também presente na coletiva, disse que o caso causou “perplexidade, não só entre a comunidade, mas entre os policiais”.

Ao falar do primeiro suspeito identificado, Jonathan Cassiano Araújo, o delegado disse que ele não tem antecedentes criminais. “Ele trabalhava até pouco tempo em uma empresa de informática, mas estava desempregado há um mês. Acreditamos que mesmo com emprego ele já fosse ladrão”, disse Bueno.

Na manhã desta sexta-feira, a polícia apreendeu o veículo usado pelo grupo no assalto, um Audi A3 preto. O automóvel pertence à mãe de Jonathan, que contou a polícia ter emprestado o carro ao filho. O carro foi achado abandonado em Diadema.

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Crime – Os suspeitos invadiram a clínica odontológica na quinta-feira, por volta de 12h30. Segundo a polícia, quatro pessoas participaram do crime. No momento, a dentista atendia uma paciente. Três membros do grupo tocaram a companhia e um deles chegou a se passar por um paciente interessado em marcar uma consulta. A polícia desconfia que outro suspeito ficou aguardando no carro que transportou o grupo.

A paciente foi encapuzada e teve os pertences, dinheiro e celular, roubados. Como o Cinthya não tinha dinheiro no local, os criminosos pegaram seu cartão do banco e a senha. Um dos criminosos ficou no consultório enquanto outros dois, entre eles Jonathan Araújo, foram até um caixa eletrônico numa loja de conveniência próxima. Ao efetuarem o saque, os dois constataram que só havia 30 reais na conta.

De acordo com a polícia, os criminosos ficaram furiosos com o resultado do assalto. Eles voltaram até a clínica, e, numa ação bárbara, atearam fogo na dentista. Em seguida, o trio foi até o carro onde o outro membro do grupo aguardava e fugiu. A paciente encapuzada afirmou que ouviu Cinthya pedir por socorro. Ela ainda tentou apagar o fogo, mas Cinthya morreu em menos de três minutos.

O corpo da dentista foi enterrado no início desta tarde no Cemitério da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.

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