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Prêmio Nobel Suu Kyi recebe título de ‘Doutor Honoris Causa’ em Oxford

Por Ben Stansall
20 jun 2012, 13h45

A líder opositora birmanesa Aung San Suu Kyi recebeu nesta quarta-feira, emocionada e sob uma chuva de aplausos, o título de Doutor Honoris Causa em Oxford, onde estudou e viveu feliz com sua família antes que seu destino mudasse, em 1988.

“Este dia me emocionou muito”, reconheceu a Dama de Yangún, vestida com a toga e o barrete universitários, ao receber o diploma honorífico das mãos do reitor da Universidade, Chris Patten, ex-comissário europeu de Relações Exteriores.

“Durante todos estes anos difíceis em prisão domiciliar (…) minhas recordações de Oxford (…) me ajudaram a responder aos desafios que precisava enfrentar”, disse.

Mais de 1.000 estudantes e universitários ovacionaram a “Dama de Yangún”, de pé, no impressionante anfiteatro Sheldonuian do século XVII.

Chris Patten homenageou, em latim, esta “campeã incólume da liberdade, que deu ao seu povo e ao mundo inteiro um exemplo de coragem e de resistência” ao entregar a ela o título de doutor em direito civil.

Em sua primeira visita à Europa desde 1988, a prêmio Nobel da Paz decidiu retornar a Oxford, a cidade do sul da Inglaterra onde viveu por quase 20 anos.

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Lá estudou política, filosofia e economia no fim dos anos 60, conheceu o hoje falecido Michael Aris, com quem se casou em 1972, e criou seus dois filhos, Alexander e Kim, aos quais deixou para trás quando retornou à Mianmar em 1988 para cuidar de sua mãe doente e iniciar seu combate político.

Suu Kyi começou na terça-feira, dia em que comemorou seus 67 anos, uma visita de uma semana ao Reino Unido, quando deve reencontrar-se com familiares e amigos, aos quais a luta pelas reformas democráticas a impediu de ver por quase 25 anos.

Antes de ir a Oxford, a “Dama de Yangun” deu uma conferência ante admiradores na prestigiosa London School of Economics (LSE) sobre o Estado de Direito de seu país.

“Se não fizermos emendas à Constituição para harmonizá-la com as aspirações de todas as pessoas em nosso país, nunca poderemos conseguir a unidade e a paz que desejamos”, afirmou Suu Kyi.

Indagada sobre a origem de sua força pessoal, Suu Kyi respondeu: “são vocês, pessoas como vocês, que me deram força para continuar”.

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A visita de Aung San Suu Kyi ao Reino Unido relembra a parte mais dolorosa de sua luta política: as duas décadas que passou afastada de seus dois filhos, Kim e Alexander.

Em 1988, a líder da oposição birmanesa teve que tomar uma decisão crucial: seguir seu destino político em Mianmar ou permanecer na Grã-Bretanha com o marido, britânico, e seus dois filhos.

Suu Kyi escolheu seu país e passou a maioria dos 22 anos seguintes em prisão domiciliar, negando-se, inclusive, a retornar quando o marido estava prestes a morrer, porque achava que a junta no poder não a deixaria voltar.

A família não comenta publicamente a separação, mas o jornalista Peter Popham, autor de uma biografia de Aung Suu Kyi, conta que ela era descrita injustamente como fria, porque nunca falava sobre seus problemas.

“Seu autocontrole é lendário. Considerava uma prova de sua vontade não expor a ninguém seu sofrimento”, explicou Popham. “Não é difícil imaginar o que significou para ela estar separada de sua família ano após ano, em completo isolamento”, disse o jornalista, que se reuniu com Aung Suu Kyi em duas ocasiões.

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