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Portador de Down é filho de ETs com ‘macacas’, diz delegado do AC

Afirmação foi feita por Fábio Peviane em vídeo gravado dentro de delegacia; governo se irrita e diz que irá responsabilizar todos os envolvidos na gravação

Por Da Redação
Atualizado em 7 abr 2017, 17h10 - Publicado em 7 abr 2017, 15h52

Um vídeo gravado no interior da Delegacia de Flagrantes de Rio Branco (Defla) repercutiu nos últimos dias no Acre e mobilizou até o governo do estado. O delegado Fábio Henrique Peviane, em imagens compartilhadas nas redes sociais, atribui a existência de portadores de síndrome de down a extraterrestres “que vieram do espaço e tiveram relações” com mulheres, que, segundo ele, “eram macacas.”

Ele prossegue, explanando sobre quais seriam, na sua visão, as razões para que nascessem crianças com 27 cromossomos (na verdade são 47 para os portadores da síndrome, sendo que o regular para o ser humano são 46 por pessoa). Segundo ele, a síndrome existiria porque “os ETs têm os genes e os cromossomos também diferentes” e se relacionaram com “os terráqueos”.

O delegado conclui o vídeo dizendo que foi assim que “nasceram os ETs, que o pessoal chama de síndrome de down, mas que eles são ETs“. A partir da repercussão negativa, o caso fez com que Peviane fosse à TVs locais se justificar, alegando que se tratou de uma “brincadeira” de 1º de abril, Dia da Mentira. Ele e um colega teriam decidido fazer um “teatrinho”, com este provocando a “explicação” do delegado.

Segundo a assessoria da Polícia Civil, o delegado sofreu um acidente de automóvel e está afastado do trabalho por razões médicas, mas o vídeo foi encaminhado para a perícia. Peviane, assim como o policial responsável pela gravação, está respondendo a processo na Corregedoria do órgão. Quando se recuperar, deve retornar ao posto e prestar esclarecimentos.

Veja o vídeo da fala do delegado:

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Governo se desculpa

Em duas notas enviadas ao site de VEJA, o governo do Acre lamentou o ocorrido. Carlos Flávio Richard, secretário estadual de Polícia Civil, afirmou que a instituição “não coaduna com a postura inadequada e desrespeitosa do servidor e tomará as providências no intuito de identificar e responsabilizar todos os envolvidos na gravação e veiculação do vídeo”, adotando as medidas cabíveis.

Richard ressalta ainda que o papel da Polícia Civil é o “de investigar e elucidar crimes visando a garantia de direitos e da justiça”. Ele encerrou pedindo desculpas e defendendo que “pessoas e comunidade determinadas a construir um mundo melhor não podem aceitar atos covardes de preconceito.”

Em nota com os demais responsáveis pelas polícias, bombeiros e Detran, o secretário estadual de Segurança Pública, Emylson Farias, manifestou seu repúdio ao ocorrido. Para Farias, “a adoção de atitudes ou a emissão de posicionamentos contrários, ainda que em tom de brincadeira, em nada contribui para a saudável convivência humana, além de caracterizar desvio ético e ato discriminatório e legalmente punível.”

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