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Por que São Paulo sofre com as chuvas?

Por André Pontes
22 dez 2008, 22h05

A chegada do verão é acompanhada de um temor na maior cidade brasileira: a chuva que costuma castigar São Paulo durante essa estação. As inundações já provocaram mortes e costumam causar a perda do patrimônio de moradores das áreas sob risco de enchentes. Por que esse tipo de problema acontece todos os anos e nunca é resolvido? Especialistas ouvidos por VEJA.com afirmam que as enchentes são a combinação perfeita da força da natureza com a negligência tanto do poder público como da sociedade. Ninguém, contudo, assume essa responsabilidade.

Segundo levantamento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), 21 dos 30 locais apontados pela prefeitura de São Paulo como áreas com grande potencial para alagamentos ainda não receberam nenhum tipo de obra. Por isso, é razoável prever que mais problemas virão nos próximos meses. De acordo com a meteorologista Patricia Madeira, do Instituto Climatempo, a previsão para os meses de dezembro e janeiro não é nada animadora. “Em dezembro e janeiro deve chover acima da média prevista. A média para janeiro é de 238,7 milímetros, mas em 2009 deve ficar um pouco acima, pois está prevista uma passagem de frente fria pela cidade de São Paulo”, informa ela.

Para tentar minimizar os impactos da chuva no município, a Defesa Civil de São Paulo organizou o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) conhecido como “Operação Chuvas de Verão”. O plano entrou em vigor no primeiro dia de novembro e deve durar até 15 de abril de 2009. “O PPDC tem como principal meta estabelecer medidas preventivas relacionadas a inundações, alagamentos de vias e deslizamento de encostas”, disse Ronaldo Malheiros Figueira, geólogo da Defesa Civil de São Paulo.

O engenheiro do CGE Hassan Barakat avisa, porém, que de nada adianta fazer ações preventivas se a população não fizer a sua parte. “As pessoas devem conservar drenagens, valas e canaletas desobstruídas. Nunca jogar lixo nas ruas, em encostas, córregos, margens de rios ou áreas verdes. Quando se fala em lixo, falamos desde o papel de bala até móveis velhos. Basta andar pela cidade, principalmente na periferia, que você encontra facilmente geladeiras e móveis jogados no rio. O rio não pode ser uma extensão de um lixão”, disse Barakat.

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O geólogo Ronaldo Figueira explica ainda que, mesmo com as obras, as inundações são invitáveis. “Se você coloca um balde de 20 litros debaixo de uma torneira e derramar 21 litros de água, é lógico que a água do balde vai transbordar. É a mesma coisa com a cidade. Dependendo da força da chuva, vão ocorrer enchentes e alagamentos”, disse Figueira. O problema é que com apenas quinze piscinões, mais os bueiros e córregos sujos e a falta de educação da população, São Paulo torna-se um “balde” pequeno demais.

Trânsito – Para tentar amenizar o caos nas ruas da cidade, o Centro de Engenharia e Tráfego (CET) colocou em prática neste verão o plano “Operação Enchente”. Realizado em conjunto com o CGE, a operação cobre 61 locais que costumam ter incidência de alagamento. “O CGE emite o estado de atenção e nós imediatamente deslocamos parte do nosso efetivo para esses locais, para que se inicie uma observação”, disse Gilson Grilli, gerente da central de operações da CET.

Grilli explicou a VEJA.com que os agentes da CET são treinados durante todo o ano para atuar em casos de enchentes. “Durante o ano estudamos a experiência do verão passado”, afirmou. “Antes de começar a chover, já deixamos material na região para dar velocidade ao serviço do marronzinho. Nosso objetivo é evitar que o veículo fique no alagamento e oferecer uma alternativa de circulação para ele”, completou Grilli.

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