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Por que é cada vez maior a procura por condomínios de luxo no interior

Público de alta renda é atraído por confortos típicos dos resorts — e o home office acelera busca por imóveis espaçosos

Por André Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 jul 2020, 18h19 - Publicado em 3 jul 2020, 06h00

A cidade de Itupeva, no interior paulista e a 120 quilômetros da praia mais próxima, receberá a partir do próximo verão ondas tão perfeitas quanto aquelas que agitam os mares brasileiros. Elas terão em média 2 metros de altura e seus tubos bem fechados permitirão que surfistas realizem manobras radicais. O milagre é obra da incorporadora paulista KSM, que prevê lançar no fim de 2020 o condomínio Praia da Grama. Além da faixa de areia de 500 metros de extensão e sistema de geração de ondas desenvolvido pela empresa espanhola Wawegarden, o empreendimento contará com campo de golfe, hípica, spa, pousada para visitantes projetada pelo badalado arquiteto Sig Bergamin e uma série de outros luxos. Os lotes custam a partir de 2 milhões de reais, preço equivalente ao de um apartamento de três dormitórios em um bairro nobre da capital paulista. Graças à alta procura, há poucas opções ainda disponíveis para venda.

Os condomínios que oferecem serviços característicos dos resorts são a nova tendência do mercado imobiliário para a alta renda. O grupo JHSF, que controla shoppings, hotéis e empreendimentos de luxo como o Hotel Fasano, anunciou recentemente o lançamento do Boa Vista Village, condomínio na cidade de Porto Feliz, a 116 quilômetros da capital paulista. Como seu rival Praia do Grama, ele terá piscina com ondas — segundo a empresa, elas chegarão a 2,75 metros de altura e vão durar 22 segundos antes de desaparecer —, além de arena de tênis para a disputa de torneios oficiais e um desenho arquitetônico que simula cidades interioranas, com direito a comércio, igrejas e praças. Os lotes custam aproximadamente 3 milhões de reais e não faltam interessados em comprá-­los. Uma das razões que levaram a JHSF a criar o espaço é o sucesso de seu conhecido empreendimento Fazenda Boa Vista, localizado bem ao lado do novo projeto e que se tornou nos últimos anos ponto de encontro da elite paulistana, com casas de campo que superam facilmente os 10 milhões de reais. No primeiro trimestre de 2020, as vendas de lotes no Fazenda cresceram 143% na comparação com o mesmo período do ano passado, desempenho que confirma o desejo dos muito ricos de buscar refúgio no interior.

REFÚGIOS – Praia da Grama, nos arredores de São Paulo (acima), e construção de condomínio no subúrbio de Los Angeles, na década de 60 (abaixo): a fuga das grandes cidades começou nos Estados Unidos e agora cresce no Brasil. (Divulgação/Ralph Crane/The LIFE Picture/Getty Images)

As pequenas e aprazíveis cidades localizadas nos arredores dos centros urbanos brasileiros repetem um fenômeno antigo que ocorreu nos Estados Unidos. Nos anos 1960, o crescimento das grandes cidades e o consequente aumento dos índices de poluição e violência levaram a classe média americana a procurar lotes nos subúrbios. Esse movimento deu origem aos bairros bucólicos, com casas sem muros e gramados bem cuidados, que fizeram a fama do jeito americano de viver. No Brasil, o fenômeno ganhou amplitude com o home office, que elevou o número de pessoas que trabalham em casa de 3,8 milhões antes da pandemia para os atuais 8 milhões. Essa turma, afinal, quer conforto para a labuta diária. Dados do Grupo ZAP, responsável por marcas como ZAP, Viva Real e Conecta Imobi, indicam o aumento de 340% na busca por imóveis no interior de São Paulo desde que o novo coronavírus chegou ao país. Residências maiores são uma tendência visível no mercado imobiliário. Segundo o site Imovelweb, em maio as pesquisas por apartamentos com varanda dispararam 128% em relação ao mesmo mês do ano passado. Residências com quintal também estão na mira de um número crescente de pessoas, com alta de 96% na mesma base de comparação. Para esse público, o melhor caminho para realizar o sonho de um casarão é pegar a estrada e partir para o interior.

Publicado em VEJA de 8 de julho de 2020, edição nº 2694

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