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Por que a pandemia nos levou ao sexo?

Segundo sexóloga da USP, a afinidade pelo prazer durante o isolamento é resultado de contexto histórico com vantagens psicológicas

Por Sabrina Brito 16 jul 2020, 23h36

Não é segredo para ninguém que sexo está em alta. Ao longo dos últimos anos, com a diminuição dos tabus que cercam o tema, fala-se cada vez mais sobre o tema. Em tempos de pandemia, o assunto ganha ares — e força — renovados.

Desde o início da quarentena, mais de um milhão de vibradores foram comercializados só no Brasil, representando uma alta de 50% na venda do produto desde março. Ao mesmo tempo, sites pornográficos registraram aumentos significativos no movimento (o nacional Brasileirinhas viu suas assinaturas duplicarem de uma semana para outra em março), assim como plataformas de games pornô (a exemplo do Nutaku, cujos usuários cresceram 40% de janeiro a maio).

Mas por que tanta procura por sexo durante a pandemia? “Ele pode combater o estresse e a tensão — sentimentos muito frequentes durante o isolamento — por meio da liberação de hormônios que promovem a sensação de prazer e relaxamento durante o ato”, explica a sexóloga da USP Enylda Motta.

Além disso, segundo a especialista, o sexo pode ajudar as pessoas a se conectarem mais, conhecerem melhor seus próprios corpos e se abrirem ao prazer. Nesse sentido, afirma, a masturbação, desde que não em excesso, é saudável e faz bem, uma vez que estimula a pessoa a descobrir novas oportunidades em si mesma.”

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É preciso considerar também que, enquanto grande parte do país encontra-se confinada em casa, os “encontros” virtuais passaram a ter um papel ainda maior na vida dos indivíduos, que se viram, de repente, sem a opção carnal propriamente dita. Assim, o uso de aparelhos e da pornografia, que é comum há certo tempo, tornou-se ainda mais corriqueiro.

Contudo, é preciso tomar cuidado: segundo Enylda, o uso de acessórios como vibradores pode deixar de ser saudável caso a pessoa o use para substituir a relação sexual com outrem. “Não se pode deixar o toque de pele de lado, afastar-se dos cinco sentidos, esquecer a necessidade que temos de outro indivíduo”, elucida.

Também de acordo com a especialista, outro fator que deve ser levado em consideração e que explica as vendas exponenciais de vibradores é o fato de que, hoje mais do que nunca, somos livres para falar sobre sexo e testar novidades em nossos corpos — sobretudo quando se fala das mulheres. “Ainda existe muita repressão e tabus, mas já se discute um pouco mais”, diz Enylda Motta. “O prazer feminino, de forma inédita, está sendo levado mais em consideração. Para os homens, isso é considerado normal, e saudável há já algum tempo; a busca por seu prazer sempre foi possível.”

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