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Policiais mataram testemunha-chave de esquema de corrupção

Homem que, segundo a Polícia Civil, fazia o pagamento de propina policiais corruptos de São Gonçalo, foi morto horas depois de a cúpula da PM tomar conhecimento da operação Dezembro Negro

Por Leslie Leitão e Rafael Lemos
19 dez 2011, 18h38

A Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, que comandou nesta segunda-feira a prisão de policiais militares e do comandante do 7º BPM (São Gonçalo), investiga a morte de uma testemunha-chave do esquema de corrupção envolvendo o batalhão. Encarregado de pagar diretamente a propina a dezenas de PMs, o gerente do tráfico do Morro da Coruja, Rafael Rosa Guimarães (conhecido como Chacal), foi morto em confronto com policiais do mesmo batalhão. Coincidência ou não – e é isso que a polícia vai precisar responder -, o episódio ocorreu horas depois de a cúpula da PM ser comunicada pela Secretaria de Segurança de que a ação seria deflagrada na segunda-feira. A ação resultou na prisão do comandante do 7º BPM, coronel Djalma Beltrami, e de seis PMs daquela unidade.

Chacal, de acordo com a investigação de sete meses, era o responsável por entregar o suborno em mãos aos policiais corruptos. Com ele, foram encontrados uma pistola 9 mm e um rádio transmissor. Para evitar um atrito entre instituições, com policiais civis invadindo um batalhão para prender PMs, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame, determinou que a Corregedoria da PM atuasse na prisão dos PMs ao lado da Corregedoria Geral Unificada (CGU). A decisão foi comunicada por volta das 14h de sexta-feira à chefe da Polícia Civil, a delegada Martha Rocha, por telefone. Nesse dia foram expedidos os mandados de prisão.

Agora, os órgãos de inteligência investigam se houve vazamento de informações. O PM Alexandre de Abreu Rodrigues, do 7º BPM, que registrou o auto de resistência, disse ter dado um tiro de alerta numa das pernas do traficante. Segundo o depoimento do policial, nesse momento, caiu a bermuda do criminoso, que mesmo assim insistiu em sair correndo e acabou sendo alvejado na outra perna. Também estava na ocorrência o PM Pedro Moacir Evangelista de Araújo. O caso foi registrado na 74ª DP (Alcântara), sob o número 074-11220/2011. Nenhum dos dois PMs está na lista dos agora acusados de corrupção.

Uma escuta telefônica com autorização da Justiça interceptou uma conversa em que um traficante e um policial do 7º BPM negociam um reajuste do suborno. De acordo com a conversa, gravada no dia 11 de setembro de 2011, cada uma das quatro equipes do Grupamento de Ações Táticas (GAT) daquele batalhão recebia 4 mil reais por semana. Na conversa, os policiais pedem que o valor passe para 5 mil reais. Eles também pediam 10 mil reais semanais para o coronel Djalma Beltrami, que assumira havia poucos dias o comando da unidade.

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“Os policiais usavam celulares frios para se comunicar com os bandidos. Mas conseguimos provar que eles usavam aqueles telefones. Numa das ligações, eles marcaram um encontro com os traficantes. Fomos até o local e registramos imagens. O GPS das viaturas também comprova que eles estiveram lá naquela hora”, explica o delegado Alan Luxardo, da DH de Niterói.

Comerciante desaparecido – Também na última sexta-feira, outro alvo dessa investigação, um comerciante identificado como Pedro, desapareceu após fechar seu comércio dentro do Morro da Coruja. Ele era investigado por vender munição aos traficantes e também teve a prisão decretada. Na manhã desta segunda-feira, a casa dele estava revirada. A polícia agora quer saber se ele fugiu após saber da operação ou se foi pego pelos policiais acusados ou bandidos.

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