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Policiais e bombeiros do Rio entram em greve nesta sexta

Consulta simbólica ao público reunido na Cinelândia foi oficializada com queima de fogos. Exército e Força Nacional vão reforçar segurança nas ruas do Rio

Por Da Redação
9 fev 2012, 20h33

Com a greve no Rio, entra em ação o plano do governo do estado, de garantir a segurança nas ruas com auxílio de 14 homens do Exército e 300 agentes da Força Nacional de Segurança. A ajuda foi decidida pela manhã, em uma reunião com o comandante militar do Leste, general Adriano

Os policiais militares, policiais civis e bombeiros reunidos na Cinelândia, no centro do Rio, estão em greve desde a 0h desta sexta-feira. Os líderes do movimento garantem que vão manter o efeitvo de 30% nas ruas, como determina a legislação. Os salva-vidas prometem manter o serviço, mas vão trabalhar à paisana. “Os policiais fora de serviço deverão permanecer dentro de seus quartéis durante a paralisação”, afirmou o cabo Wellington Machado, do 22º Batalhão de Polícia Militar, escolhido como porta-voz do movimento. Os familiares estão convidados a ficar juntos com os aquartelados.

A greve foi aprovada em uma consulta simbólica aos cerca de 3.000 manifestantes – estimativa do comandante do 5º BPM (Praça da Harmonia), coronel Amauri, que estava no local a trabalho. A oficialização do movimento ocorreu pouco antes das 23h30 com uma queima de fogos. Logo em seguida, os grevistas passaram a gritar palavras de ordem contra o governador do estado. “Greve geral, a culpa é do Cabral”, diziam.

Os organizadores estimaram o público em 5.000 pessoas. Os policiais rejeitaram a proposta de antecipação de aumento aprovada na Assembleia Legislativa do Rio pela manhã. Além da reivindicação salarial – a principal delas o piso de 3.500 reais para a categoria -, os manifestantes passaram a exigir a libertação do cabo bombeiro Benevoluto Daciolo, preso na noite de quarta-feira. A manifestação atraiu menos gente do que esperavam os líderes do movimento. Representantes das três categorias, ao longo da semana, chegaram a dizer que pretendiam reunir 100 mil pessoas na Cinelândia.

A decisão oficial foi postergada até quase meia-noite como uma última chance para que o governador Sérgio Cabral recebesse os manifestantes. Esse era o prazo que os grevistas tinham estabelecido também para a libertação de Daciolo, cuja prisão preventiva foi decretada pela Justiça na noite desta quinta-feira. O compromisso dos líderes do movimento, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Fernando Bandeira, é de manutenção dos serviços essenciais – o que significa, por exemplo, que nas delegacias apenas o plantão seja mantido, com paralisação dos trabalhos internos e de investigação.

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Ameaças – Apesar da promessa de movimento ordeiro e de manitenção dos serviços essenciais, na manifestação da Cinelândia ficaram evidentes ações que podem jogar a população contra os policiais. Um carro do próprio Sinpol exibia uma faixa com uma mensagem alarmando a população: “Evitem transitar pelas ruas a partir desta sexta-feira”. E, assim como em Salvador, surgiu o grito de comemoração pelo estrago que pode ser feito ao carnaval. “O carnaval acabou, o carnaval acabou”, gritavam alguns grupos, usando uma melodia conhecida de estádios de futebol.

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Com a greve no Rio, entra em ação o plano do governo do estado, de garantir a segurança nas ruas com auxílio de 14.000 homens do Exército e 300 agentes da Força Nacional de Segurança. A ajuda foi decidida pela manhã, em uma reunião com o comandante militar do Leste, general Adriano.

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A estratégia usada pelo governo do estado para enfraquecer a aglomeração surtiu resultado. Comandantes de unidades dos bombeiros mantiveram os militares no quartel – entre eles o Quartel Central, que em 2011 foi invadido por manifestantes. No Batalhão de Operações Especiais, o comando determinou que às 20h todas as equipes se apresentassem, para a tropa de elite estar apta a responder em uma situação de descontrole do momento. No entanto, uma das equipes se recusou a patrulhar a região da Cinelândia.

O protesto na Cinelândia teve algumas doses de comoção. O ponto alto nesse sentido foi a declaração da mulher do bombeiro Daciolo, Cristiane, que declarou ter orgulho de ser da família de um bombeiro.

Guerra de informação – O palanque armado na Cinelândia se transformou também em uma espécie de central de boatos. Entre eles, os de exoneração de comandantes e até de demissão do comandante-geral da PM – todos desmentidos. A participação em massa de representantes de outros estados não ocorreu.

(Com reportagem de Cecília Ritto, Rafael Lemos e Leo Pinheiro)

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