Policiais civis do Rio são presos por fraude no DPVAT
Operação desmantelou quadrilha que envolvia ainda advogados e legistas
Uma ação do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quinta-feira 17 pessoas acusadas de fraudar o seguro por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). Entre os detidos na operação chamada Assepsia, nove são policiais civis. Há também funcionários de um escritório de advocacia e legistas. Todos responderão por estelionato, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, sonegação e inutilização de documentos.
Equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP e da Corregedoria Interna da Polícia Civil tinham para executar 23 mandados de prisão preventiva – 12 deles contra policiais – e 66 de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Teresópolis e Duque de Caxias – onde a quadrilha atuava.
Os envolvidos no esquema se especializaram em fraudar documentos para o receber o seguro de trânsito. Os policiais eram responsáveis por falsificar guias de encaminhamento de exames de corpo de delito ao Instituto Médico Legal. No IML, o laudo também era adulterado, registrando ao beneficiário uma lesão inexistente. De lá, o documento era encaminhado a um escritório de advocacia, que dava entrada no pedido de indenização – do qual, 30% ficava com os fraudadores.
Conforme as investigações, cerca de 800 laudos foram apreendidos entre 2011 e 2012, que levou a um desvio total de cerca de 7,5 milhões de reais. Em buscas nas residências dos investigados e em seus locais de trabalho, os policiais encontraram documentos, planilhas, computadores, armas de fogo e veículos usados pela quadrilha.