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Polícia usará imagens para tentar chegar ao autor dos disparos contra manifestante

Jovem baleado em protesto do Dia dos Professores afirmou à Polícia Civil que participava de manifestação, mas não diz se integra o movimento Black Bloc. Jovem assistiu vídeos do confronto mas não soube apontar suspeitos

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
16 out 2013, 21h24

A polícia do Rio tentará identificar, em imagens da noite de terça-feira, o autor do disparo – ou dos disparos – contra o jovem Rodrigo Gonçalves Azoubel, 18 anos, baleado nos dois antebraços. Ainda não é possível saber se ele foi atingido por um ou dois projéteis, e será ainda mais difícil chegar ao autor. O que se sabe, até o momento, é que policiais militares, acuados em um dos momentos do protesto, fizeram disparos para o alto. E que homens à paisana também atiraram, como mostra um vídeo exibido nesta quarta-feira pelo Bom Dia Rio, da Rede Globo. A vítima, ouvida pelo delegado Orlando Zaccone, da 15ª DP (Gávea), afirmou, depois de assistir a um vídeo gravado próximo ao local onde foi atingido, que não tem como afirmar o autor nem dizer de onde teriam vindo os disparos.

Azoubel afirmou ao delegado que observava um carro da Polícia Militar sendo incendiado, nas imediações da Avenida Rio Branco, e que participava dos protestos. Negou, no entanto, participar de atos de vandalismo. E não informou se integra o movimento Black Bloc. A página de Facebook do rapaz, removida esta tarde, tinha como imagem de fundo uma imagem em preto e branco com a inscrição “Black Bloc”, e diversas referências ao grupo. Em algumas das fotos, o próprio Azoubel aparece caracterizado como mascarado – o que, em nenhuma hipótese, justifica o uso de armas de fogo em repressão a um protesto.

No Rio, o Black Bloc assumiu o controle da greve dos professores

Rodrigo Azoubel participa de protesto nas imediações do Maracanã, no dia 30 de junho, durante a final da Copa das Confederações
Rodrigo Azoubel participa de protesto nas imediações do Maracanã, no dia 30 de junho, durante a final da Copa das Confederações (VEJA)
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O surgimento da primeira vítima de arma de fogo era uma questão de tempo. Os policiais, para sua própria defesa, estão armados durante as operações nos protestos. E há momentos, como mostram os vídeos que servem para denunciar os disparos para o alto, em que os PMs estão acuados. Não é difícil supor o que faz alguém, acuado, correndo risco de ser linchado por um bando, tendo uma arma de fogo à cintura.

O efeito imediato do episódio será, certamente, uma radicalização por parte do Black Bloc e um esvaziamento do lado de quem quer ir só para protestar – não para quebrar. E quem ganha com isso? Certamente não são os professores.

O caso do jovem baleado foi inicialmente registrado na delegacia da Gávea, bairro onde fica a Clínica São Vicente. Mas o caso será investigado pela 5ª DP (Mem de Sá), unidade próxima do Centro, onde ocorreu o disparo. Imagens das câmeras de segurança de prédios e da prefeitura serão requisitadas para se tentar identificar a pessoa que atingiu o manifestante.

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Rodrigo recebeu o primeiro atendimento na Avenida Rio Branco. Socorristas voluntários que acompanham as manifestações estancaram o sangramento nos braços do manifestante, que foi levado para a clínica particular por um amigo. Segundo a Clínica São Vicente, o jovem foi o operado e ficará internado por uma semana. Ele deverá ser submetido a um segundo procedimento cirúrgico para fixar a fratura de um dos antebrabraços atingidos.

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