Polícia investiga morte de engenheiro atingido por pedra
O fragmento de concreto caiu de cima de um viaduto e atingiu o tórax da vítima, que estava no banco do carona de um carro
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga se a pedra que caiu em cima de um carro na tarde desta terça-feira e matou o engenheiro e diretor de urbanização da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Carlos Arthur Viveiros da Costa, 58 anos, foi jogada ou se desprendeu do viaduto debaixo do qual o veículo passava. O acidente ocorreu na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), próximo à região administrativa Núcleo Bandeirante, a cerca de 15 quilômetros de Brasília.
O engenheiro, sentado no banco do carona, estava a trabalho, voltando da inspeção de uma obra. A pedra que caiu do viaduto passou pelo lado direito do para-brisa do veículo e atingiu o tórax da vítima. Apesar de levemente ferido, o motorista conseguiu dirigir e levou Carlos Costa ao hospital, mas ele não resistiu e morreu. Os outros dois ocupantes do carro não sofreram lesões, mas estão muito abalados e ainda não foram ouvidos pelos investigadores.
A 11ª Delegacia de Polícia do Núcleo Bandeirante solicitou a perícia do veículo e da pedra. De acordo com a delegada-chefe, Selma Carmona, o motorista do carro não soube informar, em depoimento, como o fragmento caiu, lembrando-se somente de uma fumaça branca que surgiu após a queda. Há pelo menos duas linhas de investigação: uma apura se o fragmento de concreto caiu acidentalmente, já que o viaduto que passa pelo Guará, a 9 quilômetros da capital, passou por obras há pouco tempo; a outra, se a pedra foi arremessada por alguém. “Não descartamos nenhuma possibilidade, mas considero mais improvável a hipótese de crime intencional, já que o carro estava a 80 quilômetros por hora e havia quatro pessoas em seu interior, perfil que os assaltantes costumam evitar”, comenta a delegada.
Histórico – No Rio de Janeiro, acidentes como esse costumam acontecer quando criminosos arremessam pedras sobre os veículos do alto de viadutos para facilitar o assalto aos motoristas. Em novembro de 2009, a passageira de um ônibus que passava por Bangu, na zona oeste, morreu ao ser atingida por uma pedra.
Em setembro do mesmo ano, na Linha Amarela – principal via de ligação entre as zonas norte e oeste e local com o maior número de ocorrências do tipo, segundo a polícia -, uma pedra de 10 quilos jogada por um assaltante caiu sobre um carro com três pessoas. Após a motorista perder os sentidos, o passageiro conseguiu evitar um acidente pior e todos se salvaram.