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Polícia indicia João de Deus por crime de violência sexual mediante fraude  

Investigadores concluíram inquérito sobre caso de mulher que teria sofrido abuso do médium em outubro. Caberá ao MP decidir se apresenta denúncia à Justiça

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 20 dez 2018, 20h11 - Publicado em 20 dez 2018, 17h37

A Polícia Civil de Goiás decidiu indiciar nesta quinta-feira, 20, o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, pelo crime de violência sexual mediante fraude, previsto no artigo 215 do Código Penal. A pena prevista é de dois a seis anos de cadeia, em regime fechado.

Os delegados responsáveis pelo caso estão a caminho de Abadiânia (GO), neste momento, para protocolar o inquérito policial finalizado junto ao fórum da cidade. Agora, o Ministério Público de Goiás irá decidir, a partir deste inquérito, se denuncia o médium à Justiça ou não.

O inquérito leva em conta o caso de uma vítima, de aproximadamente 40 anos, que relatou ter sofrido abuso sexual de João de Deus em outubro deste ano. Segundo o relatório final, o líder religioso ofereceu presentes, como uma pedra valiosa e dois quadros religiosos, depois de tentar atos libidinosos com a mulher, com o objetivo de silenciá-la.

Inicialmente, a investigação abrangia quinze casos, mas apenas o que envolvia esta vítima ocorreu depois de junho de 2018. Até setembro, o Código Penal determinava prazo máximo de seis meses para a denúncia após o crime. Ainda assim, algumas das vítimas servirão como testemunha no processo.

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A reportagem apurou que a mulher visitou a Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia atendimentos espirituais, várias vezes e sempre acompanhada de um namorado. Em uma dessas ocasiões, ela ficou sozinha com o médium em uma sala para a consulta espiritual. Com as luzes apagadas, João de Deus teria começado a tocar próximo à região íntima da denunciante que, neste momento, percebeu que ele estaria com o órgão sexual exposto.

Aos policiais, a vítima contou que, quando percebeu a tentativa do médium, tentou resistiu e interrompeu qualquer contato físico. Nesse momento, João de Deus teria oferecido a pedra e o quadro religioso à vítima. Em seu depoimento à Polícia Civil, João de Deus disse não se lembrar de ter dado esta pedra, mas admitiu a oferta de “quadros”.

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‘Estelionato sexual’

O delegado Valdemir Pereira, um dos coordenadores da força-tarefa que investiga João de Deus por abuso sexual, disse nesta quinta que a Polícia Civil tem “provas robustas” para que o líder religioso seja condenado por violência sexual mediante fraude. Segundo Pereira, o médium cometeu “estelionato sexual”.

“Foi um estelionato sexual, a vítima foi lá (Casa Dom Inácio de Loyola) para ser curada e ele (João de Deus), aproveitando dessa situação, enganou a vítima e abusou dela sexualmente. A Polícia Civil entende que há provas robustas contra o investigado”, afirmou o delegado. Como se trata da única vítima, o policial relatou que a mulher está “ansiosa” e com “medo”.

Pereira contou ainda que João de Deus tinha a prática “comum” de oferecer presentes às mulheres após tentar os abusos, com o objetivo de evitar que elas o denunciassem. “Isso (tentativa de silenciar a vítima) ficou muito claro. Essa é uma prática comum dele. Ele abusa sexualmente da vítima e depois dá presentes às pessoas abusadas”, explicou.

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