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Polícia identifica criminoso que executou homem com tiro na cabeça

Vídeo de 18 segundos mostra o momento em que ele dispara quatro vezes contra a cabeça da vítima

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
6 fev 2014, 18h09

“Aceitar que parcelas da sociedade tomem um naco de poder do Estado é o caminho para o descontrole, para a desordem. Isso produz uma falsa sensação de proteção”, afirmou o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz

A Polícia Civil do Rio identificou o criminoso que executou um jovem com um tiro na cabeça, na Baixada Fluminense, no último dia 23. O caso ficou conhecido nesta quinta-feira, quando foi revelado um vídeo de 18 segundos publicado pelo jornal carioca Extra. Investigadores da 54º DP (Belford Roxo) estão em diligência para ouvir testemunhas e tentar chegar aos outros envolvidos no episódio, ocorrido em uma área em que traficantes e milicianos disputam poder, no bairro da Prata, em Belford Roxo. Assim como o episódio do adolescente preso pelo pescoço a um poste, com uma tranca de bicicleta, na Zona Sul do Rio, a ação de justiceiros na Baixada Fluminense recebe atenção da polícia por ter sido filmado e amplamente divulgado nas redes sociais – uma exceção nos casos de execução. O nome do criminoso não foi revelado.

As imagens mostram um rapaz sentado no asfalto, vigiado por um homem. Em seguida, uma motocicleta com outros dois homens se aproxima da dupla. O garupa salta da motocicleta, saca uma pistola e dispara quatro vezes. Um dos tiros atinge a testa do rapaz sentado no chão, que cai morto imediatamente.

Leia tembém:

A tranca da bicicleta e a selvageria no Rio de Janeiro

Jovem preso a poste por justiceiros perambula há dois anos pelas ruas do Rio

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio, Felipe Santa Cruz, apontou, no caso de Belford Roxo, um detalhe preocupante. Para ele, a falta de preocupação com o anonimato – o executor não usa máscara, capacete ou qualquer objeto que pudesse esconder seu rosto – indica certeza de impunidade. O vídeo mostra que, ao redor da cena, há outras pessoas de passagem. “As imagens mostram que o executor não teve sequer o trabalho de esconder o rosto. Ele parou a motocicleta e matou um homem no meio de uma rua movimentada durante o dia. Isso prova que esse tipo de crime não é exceção na Baixada. A diferença é que esse foi gravado e amplamente divulgado”, afirma o advogado.

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De acordo com Santa Cruz, os crimes não são investigados devidamente e os autores ficam impunes, livres para cometer crimes. Este, além do medo de denunciar, é um aliado importante de milicianos e grupos de extermínio. “A OAB está extremamente preocupada com a atuação de justiceiros no Rio, seja de grupos de lutadores, como os que espancaram e amarraram um suspeito de furto no Flamengo, ou de milicianos que atuam há anos na Baixada Fluminense”, afirmou Santa Cruz.

Para Santa Cruz, a população do Rio, apesar de acossada pela ação de criminosos, não pode cair no equívoco de aceitar que um grupo faça justiça com as próprias mãos. “Aceitar que parcelas da sociedade tomem um naco de poder do Estado é o caminho para o descontrole, para a desordem. Isso produz uma falsa sensação de proteção. Quem hoje amarra um suposto assaltante num poste amanhã mata um inocente”, afirmou.

Presidente da Comissão de Diretos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o deputado Marcelo Freixo enviou ofício à Polícia Civil pedindo informações sobre o crime. “No episódio em que o jovem foi espancado e preso a um poste, não foram poucas as manifestações de apoio (aos justiceiros). E essa execução? As pessoas também apoiam? Qual o limite da barbárie? Bater e amarrar no poste, pode. E executar? Os dois casos deixam claro que não se pode ter níveis de barbáries aceitáveis”, afirmou Freixo.

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