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Polícia de São Paulo descarta participação do crime organizado em ataques a ônibus

51 ônibus foram queimados na capital paulista neste ano. Em 2013, foram 53. Cada coletivo demora até quatro meses para ser substituído

Por Da Redação
25 fev 2014, 10h53

Pelo menos 51 ônibus foram queimados desde o início de janeiro na cidade de São Paulo. Os ataques aconteceram principalmente em bairros das zonas Leste e Oeste da cidade. Segundo balanço divulgado pela polícia, 37 pessoas foram presas e as depredações geraram um prejuízo empresarial de cerca de 27 milhões de reais, além de milhares de pessoas afetadas pela falta ou escassez de veículos no transporte público. Em todo o ano passado, 53 coletivos foram incendiados.

Na noite de domingo, um novo ataque destruiu um veículo da empresa Santa Brígida no Jaraguá, zona norte. A polícia diz que os casos têm características de vingança e descarta ligação do crime organizado.

Na avaliação de Domingos Paulo Neto, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), os ataques são “vingança”. Olhando um mapa das ocorrências, o policial relata que há casos de queima de ônibus após ações da polícia. Ele também rejeita eventuais ligações dos crimes com o PCC. “Não há ligação dos incêndios com a facção criminosa.”

Chefiando cerca de 6.000 policiais nos 93 distritos da capital, Paulo Neto, que foi delegado-geral entre 2009 e 2011, conta com pelo menos uma equipe em cada delegacia para cuidar dos crimes contra o patrimônio. É esse contingente que investiga queima de ônibus. Após onda dos protestos de rua de junho, a queima de ônibus aumentou no segundo semestre de 2013 e “explodiu em janeiro”, informa o policial. Para ele, a queima não tem ligação com a ação dos black blocs.

Sobre as críticas de que a polícia teria demorado a agir, Neto discorda. “Tivemos uma resposta rápida e muito satisfatória. Temos 42 identificados, 37 presos ou detidos”, justifica.

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Prejuízo – “Cada ônibus queimado custa 500.000 reais, em média”, diz Francisco Christovam, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SP Urbanuss), responsável por 9.000 dos cerca de 15.000 coletivos na cidade.

Só neste setor, que já acumula 41 ônibus incendiados no ano, o prejuízo passa dos 20 milhões de reais. Entre os veículos destruídos há um biarticulado, que custa em torno de 1,5 milhão, e um articulado, com preço na casa de 1 milhão de reais. Há ainda na conta do prejuízo outros 7 milhões de reais, que são da queima de onze carros de empresas do transporte intermunicipal (EMTU) e de permissionárias de transporte urbano de passageiros.

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Um levantamento da SP Urbanuss engloba também 28 ônibus intermunicipais depredados por outros tipos de vandalismo. No caso das permissionárias (cooperativas de transportes urbanos) há mais três veículos queimados. As empresas Aliança, Fênix e Cooper Pam também foram atingidas. As permissionárias operam 6.000 ônibus do município.

Para o presidente do SP Urbanuss, a violência contra os carros tem explicação sociológica. “São protestos contra diversas coisas, desde enchente até ação da polícia”, diz Christovam. “Não há caso de protesto que seja contra o serviço de transportes. No entanto, eles queimam os veículos”, declara o executivo. Pelos dados do SP Urbanuss, 80% dos incêndios ocorrem após operações policiais.

Os ataques ocorreram principalmente à noite. “Cada ônibus queimado é prejuízo para a empresa, mas é prejuízo também para o usuário. Leva de três a quatro meses para que o carro seja reposto. Só em uma das empresas, a VIP, o maior grupo de transportes coletivos de São Paulo, a queima atingiu 19 ônibus. A diretoria da VIP não fala, mas funcionários admitem que o clima é de medo entre quem trabalha nas áreas mais atacadas. “Os operadores estão tensos”, confirma a SP Urbanuss.

A solução, segundo Christovam, passa por ação enérgica da polícia. “Tem de deixar claro que será preso. E quando a polícia quer, pega”, diz. Para o presidente do SP Urbanuss, a impunidade estimula a ação dos vândalos.

(Com Estadão Conteúdo)

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