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Polícia Civil do Rio vai prender bandidos “para aparecer”

Chefe das delegacias do Rio pede prisões “para dar visibilidade” à instituição. Determinação partiu da chefia de polícia, que quer repercussão "nacional"

Por Leslie Leitão 22 nov 2013, 15h20

Para o cidadão comum, por vezes, é difícil entender as políticas e práticas que norteiam a segurança pública. Como pode um criminoso preso, condenado por monstruosidades, ganhar o direito de visita ao lar e nunca mais voltar à cadeia? Ou como pode uma área sabidamente dominada por traficantes permanecer anos a fio sem ser incomodada pela polícia, como ocorreu durante décadas no Rio de Janeiro? Os meandros da segurança são complexos, ou, como mostra um documento obtido pelo site de VEJA, ridiculamente simples. Ou simplesmente ridículos.

Um e-mail encaminhado pelo chefe das delegacias da capital, da Polícia Civil do Rio, determina um norte muito claro para os delegados de unidades distritais e especializadas: Ricardo Dominguez, o delegado autor da mensagem, quer fazer a polícia “aparecer”. A mensagem é bem clara. Em um e-mail da última quinta-feira, Dominguez determina uma data para que a polícia realize prisões e buscas “que possam resultar em visibilidade para nossa instituição”. O chefe da capital recebeu a determinação da chefia de Polícia Civil, que também encaminhou o pedido aos demais departamentos da instituição.

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A data limite para que os delegados informem o que pretendem fazer no sentido de alardear o trabalho da polícia é esta sexta-feira. Dominguez se dispõe a oferecer aos policiais apoio logístico para que as ações sejam bem-sucedidas – o que é louvável. O que é para se lamentar é que o objetivo maior da iniciativa não seja, necessariamente, melhorar a segurança da cidade e coibir o crime – ainda que alguns bandidos terminem de fato presos na ação.

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No e-mail encaminhado aos delegados da cidade há uma lista de atividades criminosas que poderão sofrer repressão – e não é difícil supor quais sejam, dado o histórico da cidade. Algumas são tão antigas quanto o Rio, como os jogos de azar, na eterna figuração que consiste ora em reprimir, ora em fazer vista grossa para a proliferação de pontos de caça-níqueis e jogo do bicho.

A mensagem avisa que a operação tem “nível nacional”: ou seja, a polícia que trabalha para aparecer pode não ser um problema só do Rio de Janeiro.

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