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Polícia Civil do Rio vai à Rocinha atrás do chefão do tráfico e de ‘líder comunitário’ acusado de ser laranja da quadrilha

Agentes recolhem duas toneladas de maconha e prendem sete pessoas. Operação tem objetivos específicos e não está planejada ocupação permamente

Por Da Redação
19 abr 2011, 10h48

Considerada a ‘bola da vez’ no processo de ocupação de favelas pela política de pacificação do governo do estado do Rio, a favela da Rocinha é alvo, na manhã desta terça-feira, de uma grande operação da Polícia Civil. Desde a ocupação policial no Complexo do Alemão, em novembro do ano passado, a expectativa da população do Rio é de que, a qualquer momento, a favela da zona sul da cidade será alvo de uma operação semelhante. Apesar de ainda serem muitos os morros com traficantes entrincheirados, operando a venda de drogas e o movimento de armamento, a Rocinha é uma espécie de “último grande foco de resistência”, sob o comando do misterioso e amaeçador bandido Antônio Bonfim Lopes, o Nem.

Ainda não se sabe se a presença de 200 policiais civis, que chegaram ao morro no início da manhã, será o ponto de virada na história da população daquele local, como aconteceu nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte. Mas a avaliação da Polícia Civil é de que a ação de hoje representa uma perda significativa para os criminosos comandados por Nem.

Os policiais tentam cumprir um mandado de prisão contra o próprio Nem – que tem, entre outras suspeitas contra ele, a de que teria abrigado bandidos que escaparam do Alemão. Também foram expedidos mandados de prisão contra um líder comunitário acusado de ser um dos ‘laranjas’ da quadrilha.

Até o momento, sete pessoas foram presas e, segundo os agentes, duas toneladas de maconha foram apreendidas. A operação, comandada pela Polinter, tem o apoio de helicópteros e de um veículo que centraliza as informações de todos os agentes envolvidos, com capacidade para receber imagens feitas pelas aeronaves para orientar as equipes em terra. Segundo a Polícia Civil, foram estourados ainda um depósito de carga roubada e uma fábrica de DVDs piratas. Ao todo, a polícia tenta cumprir 30 mandados de prisão expedidos pela Justiça.

É certa que a operação iniciada esta manhã faz parte do plano para, no intervalo não superior a alguns meses, fazer com que a Rocinha seja um território com livre trânsito das forças do estado. Mas é pouco provável que, da ação de hoje, resulte algum tipo de ocupação permanente, nos moldes do que ocorre às vésperas da permanência de policiais para a chegada de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A Polícia Civil, apesar do forte aparato empregado, não tem como tradição a ocupação permanente de favelas – algo reservado normalmente a grupamentos especiais da Polícia Militar, como o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

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Líder comunitário era, na verdade, laranja do tráfico – Um dos alvos da operação desta terça-feira é Valderlan Barros de Oliveira, conhecido como Feijão. Oficialmente, ele é o líder comunitário do Bairro Barcelos – uma das localidades da favela, subdividida em pequenos bairros e localidades com nomes e referências próprias.

A primeira aparição de Feijão foi, pelo menos aos olhos do público, como um colaborador da polícia: foi ele o “mediador” chamado para negociar a rendição de bandidos que, em 21 de agosto de 2010, invadiram o Hotel Intercontinental, em São Conrado, durante um tiroteio com policiais militares. Feijão chegou e o problema acabou: os bandidos se acalmaram, entregaram as armas e foram presos.

A ascendência de Valderlan sobre o bando, como se revelou mais tarde, em investigação da Polícia Civil, iria muito além do papel de líder comunitário. Uma reportagem do jornal O DIA mostrou, no dia seguinte à prisão, que ele é apontado como ‘laranja’ do traficante Nem, com papel decisivo na lavagem de dinheiro e na gestão das finanças da quadrilha.

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