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Polícia apura elo entre execuções por PMs e chacina em Osasco

Uma pistola 380 e outra 9 mm foram encaminhadas para perícia e serão confrontadas com as cápsulas achadas nos locais onde ocorreram os assassinatos do dia 13 de agosto

Por Da Redação
17 set 2015, 09h35

Duas armas, uma pistola calibre 380 e outra 9 milímetros, apreendidas nas execuções de Paulo Henrique de Oliveira e Fernando Henrique da Silva, mortos por policiais militares em 7 de setembro, no Butantã, Zona Oeste da cidade de São Paulo, serão confrontadas por peritos com as cápsulas achadas nos locais onde ocorreram os assassinatos da maior chacina da história do Estado.

As mortes em série deixaram dezenove mortos e cinco feridos em Osasco e Barueri, região metropolitana de São Paulo, no dia 13 de agosto. A suspeita é de que as armas tenham sido usadas nos dois casos. Onze PMs estão presos, acusados pela Corregedoria da Polícia Militar de participar do assassinato dos dois rapazes. As armas foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística (IC) na semana passada para realização da perícia, a pedido dos policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

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A conclusão dos trabalhos deve levar até trinta dias. A investigação acredita que os PMs colocaram as armas nos locais dos crimes para forjar um suposto tiroteio para justificar a morte de Silva e Oliveira. Se a perícia comprovar que as duas armas aparecem nas execuções e na chacina, os onze PMs passarão a ser investigados também pelas dezenove mortes. Até agora, apenas o soldado Fabrício Emmanuel Eleutério está preso por suspeita de envolvimento nos assassinatos. Ele nega as acusações.

Execuções – Imagens gravadas por câmeras de segurança e de celular são as principais provas da Corregedoria da PM e do DHPP para incriminar os onze policiais na morte de Silva e Oliveira. Eles estavam com uma moto roubada e tentaram roubar outra, quando foram vistos pelos PMs. Durante a perseguição, abandonaram a moto e se separaram para tentar escapar.

Silva correu para uma casa e acabou preso no telhado. Imagens mostram que um PM, identificado como Samuel Paes, dominou o rapaz, que é levado até a beira e jogado de uma altura de quase nove metros. Em seguida, é possível ouvir dois disparos. A Justiça decretou a prisão de Paes, do tenente Angelo Felipe Mancini, do cabo João Maria Bento Xavier e dos soldados Paulo Eduardo Almeida Hespanhol, Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva. Os PMs disseram que Silva estava com a pistola 9 mm.

Já Oliveira foi executado atrás de um muro. Imagens de câmeras de segurança mostram ele saindo de trás de uma lixeira, tirando a camisa e se rendendo aos policiais. Algemado, é levado para a calçada, tem as algemas retiradas e, em seguida, é baleado com tiros no abdome. Um PM foi filmado colocando uma arma nas mãos de Oliveira. Segundo a Corregedoria da PM, o soldado Tyson Oliveira Bastiane atirou no rapaz, enquanto Silvano Clayton dos Reis é quem tira a arma, uma pistola calibre 380, da viatura e coloca na cena do crime. Os dois e os soldados Silvio André Conceição, Mariane de Morais Silva Figueiredo e Jackson da Silva estão presos por suspeita de participar do assassinato.

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Na quarta-feira, Bastiane e Reis foram ouvidos no DHPP. Eles se recusaram a prestar depoimento e disseram que só vão dar declarações na Justiça. Na próxima semana, os outros três soldados envolvidos na morte de Oliveira serão chamados pelo departamento. Para o promotor Rogério Zagallo, não há dúvidas de que os PMs forjaram uma cena de confronto para enganar a Justiça. “As imagens provam que eles mentem”, disse.

O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que os onze serão processados e expulsos da Polícia Militar. Outros quatro policiais suspeitos cumprem prisão administrativa e ficarão afastados das ruas até o fim das investigações.

(Com Estadão Conteúdo)

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