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Polícia acusa viúva pela morte de executivo da Yoki

Segundo do Departamento de Homicídios, Elize matou Marcus Kitano Matsunaga com um tiro de pistola 765 na cabeça

Por Valmar Hupsel Filho
5 jun 2012, 19h40

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo apresentou na tarde desta terça-feira a primeira versão para o assassinato brutal do empresário Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, no último dia 20 de maio. Matsunaga, cujo corpo foi esquartejado, era diretor executivo da Yoki, uma gigante do setor de alimentos. Segundo a polícia, o empresário foi morto com um tiro de pistola calibre 765 na cabeça, dentro de casa, pela mulher, Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 38 anos, com quem era casado há dois anos. O motivo, segundo a polícia, foi ciúme: Matsunaga mantinha um relacionamento extra-conjugal que teria sido descoberto por Elize.

A polícia baseia suas acusações numa sequência de imagens do circuito interna de câmeras do edifício em que morava o casal e em algumas evidências. A reconstituição das imagens mostra que Matsunaga chegou em casa, no dia 20 de maio, às 18h38, acompanhado pela babá e pela filha do casal, de aproximadamente um ano. Ele vestia uma camiseta marrom, mesma cor da peça que foi encontrada ao lado de seu corpo sete dias depois.

Por volta de 19h30, o empresário aparece novamente no elevador, descendo para buscar uma pizza. É a última imagem dele com vida. Poucos minutos depois, a babá deixou o edifício e as câmeras mostram que sua substituta só chegaria às cinco horas da manhã do dia seguinte. Nesse intervalo, segundo os policiais, Elize atirou na cabeça do marido com uma pistola calibre 765 de propriedade dele e esquartejou o corpo.

Às 11h32 do dia 21, Elize aparece nas imagens descendo o elevador de serviço com três malas grandes. Entra no carro e só retorna 12 horas depois, às 23h50, sem as malas. De acordo com o delegado Mauro Dias, que coordenou as investigações, Elize disse em interrogatório preliminar que estava com as malas porque pretendia viajar para o Paraná. Disse que voltou para casa no mesmo dia porque desistiu da viagem, mas não esclareceu por que retornou sem as malas. Também não deu mais detalhes sobre onde esteve nesse tempo que passou fora. O delegado a descreveu como uma loira de 1,65m e bastante tranquila e não descartou a participação de uma segunda pessoa no crime e no descarte do corpo pela região de Cotia, na Grande São Paulo.

As evidências que reforçariam as suspeitas sobre Elize, segundo o diretor do DHPP, delegado Jorge Carrasco, são o fato de ela ser destra (o tiro que matou Matsunaga atingiu o lado esquerdo da cabeça) e exímia atiradora. A polícia também considera suspeito o fato de ela ter doado três armas à campanha do desarmamento – sendo uma delas uma pistola calibre 765 – na última segunda-feira.

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Outro indício apontado pelo delegado Carrasco é a marca dos sacos plásticos utilizados para o descarte do corpo. Material idêntico, do mesmo fabricante, foi encontrado entre o material de limpeza no apartamento do casal. “É um tipo de produto bem específico, com uma fitinha vermelha para amarrar”, explicou.

Carrasco descarta, a princípio que a venda da empresa Yoki à americana General Mills por 1,9 bilhão de reais, um negócio fechado enquanto o empresário estava desaparecido, tenha relação com o crime. “Com base nas informações que já temos, e que checamos, tudo indica que tenha sido um crime passional”, afirmou o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco. Além do ciúmes, Elize também lucraria com a morte. Receberia 600 mil reais de uma apólice de seguros contratada pelo empresário e cujas beneficiadas eram ela e a filha.

Elize está presa temporariamente por cinco dias, desde a última segunda-feira. Ainda não foi ouvida formalmente. De acordo com delegado Dias, após o fim das investigações será a prisão pode ser transformada em preventiva, de 30 dias. Antes disso, porém, uma nova perícia será feita no apartamento do casal nesta quarta-feira.

Mauro Kitano Matsunaga, de 42 anos foi enterrado no Cemitério São Paulo, na tarde desta terça-feira, em uma cerimônia rápida e com a presença apenas de familiares. Ele deixa duas filhas, uma com Elize e outra do primeiro casamento.

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