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Pode faltar gás no inverno diz Bolívia

Por Jadyr Pavão
Atualizado em 19 jul 2016, 14h23 - Publicado em 14 fev 2008, 06h39

Pode faltar gás no inverno brasileiro. O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, informou ao governo brasileiro que seu país não vai garantir, entre os meses de junho e agosto, o fornecimento máximo do produto, como previsto em contrato com a Petrobras – o acordo prevê 30 milhões de metros cúbicos ao dia. Linera sugeriu ainda que a estatal brasileira faça uma “restrição voluntária” de consumo, o que livraria a Bolívia de pagar multa por descumprir o contrato.

Em conversa com o presidente Lula, nesta quarta-feira, em Brasília, Linera garantiu apenas que seu país manterá o volume de gás tradicionalmente exportado ao Brasil: 27 milhões de metros cúbicos ao dia. “É provável que haja um aumento da demanda do Brasil e da Argentina nos meses de inverno. Esses novos volumes serão objeto de um debate entre os presidentes. Eles verão a maneira de estabelecer um acordo regional que satisfaça a todos”, disse o vice boliviano, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Tática – O assunto voltará à pauta no próximo dia 23, quando se reunirão em Buenos Aires Lula, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e a presidente argentina, Cristina Kirchner. No encontro, o governo boliviano espera aliar-se à Argentina para extrair do Brasil concessões políticas na área energética, como ocorreu em 2007. Naquela ocasião, diante da incapacidade da Bolívia de suprir o mercado argentino, Lula aceitou uma redução no fornecimento de gás boliviano à Petrobras e aumentou a exportação de energia elétrica para a Argentina.

Agora, porém, é improvável que a tática se repita. Isso porque os níveis dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras estão baixos, próximo do limite de segurança, devido à escassez de chuvas. O Operador Nacional do Sistema (ONS) prevê que haverá necessidade de manter usinas térmicas em funcionamento durante todo o ano, o que significará maior demanda por gás. “Todos têm cobertor curto”, resumiu o subsecretário-geral de Assuntos de América do Sul do Itamaraty, embaixador Ênio Cordeiro.

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Potencial – Atualmente, a Bolívia é capaz de produzir 42 milhões de metros cúbicos de gás ao dia. Seis milhões de metros atendem o mercado interno; o restante é exportado para Brasil e Argentina. A Petrobras pode requerer até 30 milhões de metros cúbicos diários. A Argentina tem direito a, no máximo, até 7,7 milhões, mas vem recebendo entre 2,5 milhões e 3 milhões de metros cúbicos por dia.

Para respeitar todos os seus contratos, a Bolívia deveria produzir 44,8 milhões de metros cúbicos diários – 2,8 milhões a mais. Segundo Linera, o buraco será coberto pela produção adicional de até 3 milhões, disponível a partir de outubro. Para 2009, o governo boliviano espera contornar o dilema da produção menor que a demanda com uma oferta adicional de 6 milhões a 7 milhões de metros cúbicos.

“O ano de 2008 será o da arrancada do investimento no setor. Teremos injeção recorde de 1,1 bilhão de dólares”, disse Linera. Porém, ele levou em consideração investimento de 300 milhões de dólares da Petrobras em seus dois campos na Bolívia – o que ainda é incerto.

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