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PMDB se recusa a indicar novos ministros a Dilma

Decisão foi interpretada nos bastidores como mais um gesto do partido na direção do rompimento com o Planalto

Por Da Redação
22 set 2015, 08h34

A cúpula do PMDB se recusou na segunda-feira a indicar nomes para compor o ministério e a ajudar a presidente Dilma Rousseff a cortar pastas. Em três conversas com Dilma, o vice-presidente Michel Temer sugeriu a ela que adiasse a reforma ministerial, sob a alegação de que, neste momento de fragilidade, mudanças na equipe só provocariam mais instabilidade política e atritos na base aliada do governo.

A falta de indicações foi interpretada nos bastidores como mais um gesto do PMDB na direção do rompimento com o Planalto. Além de Temer, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avisaram Dilma que não apresentarão nomes para cargos.

À noite, inconformada com a recusa do PMDB, Dilma chamou Temer para outra conversa, no Palácio da Alvorada. Os líderes do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e no Senado, Eunício Oliveira (CE), também foram convocados. Picciani disse a amigos que a bancada na Câmara “quer ter um ministro”.

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A partir daí, uma sucessão de encontros – um na casa de Eunício, com Temer, e outro na de Cunha – reuniu grupos de peemedebistas até perto da meia-noite. Foi um dia intenso de negociações. Diante de tantos problemas, a presidente já cogita a possibilidade de segurar a reforma ministerial para a próxima semana, depois da viagem a Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU.

Para completar, Dilma também estava na segunda-feira muito preocupada em adiar a votação, prevista para esta terça, dos vetos presidenciais à chamada pauta-bomba, que aumenta os gastos do governo. Ao avaliar que pode sofrer outra derrota no Congresso, ela chegou a telefonar para Cunha. “Compreendo o momento difícil”, afirmou o presidente da Câmara.

Ministros disseram que o novo impasse para a composição da equipe ocorreu porque a presidente decidiu cortar quadros importantes do PMDB, como os ministros Henrique Eduardo Alves – que comanda o Turismo e preside o partido no Rio Grande do Norte – e Helder Barbalho, atualmente no controle da Pesca. Filho do senador peemedebista Jader Barbalho, Helder é presidente do PMDB do Pará.

O plano do governo prevê a junção dos ministérios da Pesca com Agricultura, comandada por Kátia Abreu, uma cristã nova no PMDB. O Turismo, por sua vez, deve ser incorporado ao Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Peemedebistas se queixaram de que o PT de Dilma não estaria sendo tão atingido. Um ministro comentou que Temer não poderia “chancelar” mais esse desgaste.

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Na tentativa de compensar o PMDB, uma das alternativas em estudo é dar à legenda o controle de Comunicações, pasta atualmente chefiada por Ricardo Berzoini (PT), que assumirá a articulação política do Planalto.

O governo quer aproveitar a reforma administrativa, que vai cortar dez dos 39 ministérios e 1.000 cargos comissionados, para pôr na equipe nomes que tenham votos tanto na Câmara como no Senado. Dilma também foi aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a encaixar no primeiro escalão políticos com influência sobre as bancadas, que possam barrar um possível processo de impeachment contra ela.

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), admitiu que, caso não haja entendimento com o PMDB, o melhor é deixar a reforma para depois. Há receio de que uma troca de ministros, agora, contamine a votação dos vetos a projetos como o do reajuste dos funcionários do Judiciário. “Precisamos garantir maioria na Câmara e no Senado”, disse Delcídio. “Um mau desempenho do governo na votação dos vetos pode trazer impacto na economia. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Seria melhor adiar essa reforma.”

(Com Estadão Conteúdo)

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