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PGR: Witzel usou dinheiro desviado da Saúde para pagar despesas pessoais

Análise da movimentação financeira do governador do Rio foi detalhada na denúncia dos procuradores

Por Cássio Bruno, Marina Lang, Jana Sampaio, Sofia Cerqueira e Ricardo Ferraz
Atualizado em 28 ago 2020, 19h38 - Publicado em 28 ago 2020, 19h16

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afastado do cargo nesta sexta-feira, 28, por meio de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), usou verba desviada da Saúde para pagar despesas pessoais em dinheiro vivo. A análise da movimentação financeira do governador, a qual VEJA teve acesso, foi esquadrinhada na denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio e pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os investigadores documentaram dezenas de pagamentos pessoais em espécie a partir da busca e apreensão feitas no Palácio das Laranjeiras, residência oficial de Wilson Witzel, na Zona Sul da capital, em maio deste ano. Uma tabela detalha ao todo 29 pagamentos de despesas pessoais do governador entre fevereiro e outubro de 2019. A maior parte dos valores é destinada a despesas educacionais.

De acordo com os procuradores, a apreensão dos recibos de pagamento em dinheiro vivo é consonante com o depoimento do ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos, cuja delação premiada foi homologada pelo STJ no começo deste mês. Santos disse que o pastor Everaldo Dias Pereira, preso na operação desta sexta-feira, demonstrava “preocupação com eventuais operações de busca e operação, citando ter sido chamado na véspera no Palácio Laranjeiras, onde o governador Witzel lhe entregou R$ 15 mil”.

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Na quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça, os procuradores detectaram que Witzel recebeu 74 mil reais diretamente do escritório de advocacia de sua mulher, a primeira-dama Helena Witzel. O escritório, por sua vez, recebeu 554 mil reais de quatro empresas suspeitas entre agosto de 2019 e maio de 2020.

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Dois dos pagamentos foram considerados suspeitos pelos investigadores. Um deles foi repassado ao escritório de Helena pela empresa Quali Clínicas Gestão e Serviços de Saúde, no valor de 15 mil reais, em 8 de outubro do ano passado. Dois dias depois, a quantia foi depositada na conta pessoal do governador afastado, cuja mulher figura como dependente nesta conta. O segundo pagamento, também no valor de 15 mil reais, foi feito pela empresa Cootrab Cooperativa Central de Trabalho em 13 de agosto daquele ano. No mesmo dia, houve transferência para a conta pessoal Witzel e Helena.

“As transferências quase que imediatas de valores recebidos de supostos clientes pelo escritório de advocacia para contas pessoais de Wilson Witzel corroboram o conjunto probatório aqui reunido no sentido de que o referido escritório é utilizado como interposta pessoa jurídica para escamotear o recebimento de vantagens indevidas pelo atual Governador do Estado do Rio de Janeiro”, afirmam os procuradores da República:

Ainda de acordo com a denúncia, essas duas empresas são vinculadas ao empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito e acusado de comandar um complexo sistema de corrupção na área de saúde do estado desde 2012.

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