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PF prende 4 executivos de empreiteiras por desvios na transposição do São Francisco

Delegados da Polícia Federal veem indícios de que o esquema pode estar relacionado ao atraso na entrega das obras

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 dez 2015, 13h10

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira quatro representantes das construtoras OAS, Galvão Engenharia, Barbosa Melo e Coesa, suspeitos de terem participado de um esquema que desviou 200 milhões de reais das obras de transposição do rio São Francisco. As prisões temporárias, que duram inicialmente cinco dias, ocorreram nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Distrito Federal.

Um dos projetos mais controversos dos governos Lula e Dilma, a transposição do rio São Francisco, que visa levar água às regiões mais secas do Nordeste, está com as obras atrasadas em pelo menos seis anos – a última previsão é de que sejam entregues no próximo ano. O superintendente da Polícia Federal de Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro, afirmou que, considerando o valor desviado, a demora na conclusão das obras pode estar relacionada às fraudes. “Tudo indica que mais de 200 milhões de reais podem ter sido desviados. Consequentemente, isso provoca um atraso em determinado momento”, disse o delegado.

Segundo as apurações da PF, o consórcio formado pelas quatro empresas, duas delas alvo da Operação Lava Jato, era responsável por dois dos catorze lotes da megaintervenção no rio. Os contratos alvo da investigação somam cerca de 680 milhões de reais. Além das prisões, os policiais cumpriram quatro mandados judiciais de condução coercitiva e 24 de busca e apreensão em nove Estados.

De acordo com os investigadores, há “fortes indícios” de superfaturamento. Parte do dinheiro foi remetida a empresas de fachada dos doleiros Alberto Youssef e Adir Assad, que foram presos e condenados por envolvimento no petrolão. Apesar dos alvos em comum com a Lava Jato, a operação, batizada Vidas Secas – Sinhá Maria, em referência ao livro de Graciliano Ramos, é conduzida pela Polícia Federal de Pernambuco. As duas operações, no entanto, trocaram informações para levantar detalhes sobre a atuação dos doleiros.

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A delegada da PF em Caruaru (PE), Mariana Cavalcante, classificou a descoberta do esquema como “revoltante” pelo fato de a obra ser a “grande esperança dos nordestinos no combate à seca”. “Esta operação mostra que continuamos a ter problemas com a indústria da seca. Antes, você trocava voto para ter caminhões pipa e para cavar poços”.

Na coletiva, os delegados ainda citaram a Lava Jato para dizer que esta primeira fase se concentra no núcleo econômico (os empreiteiros) e financeiro (doleiros) do esquema. A partir de agora, as diligências vão se centrar no núcleo administrativo e político da quadrilha. Segundo a PF, há a suspeita de envolvimento de servidores do Ministério da Integração Nacional.

Segundo o governo federal, as obras de transposição do rio São Francisco, orçada em 8,2 bilhões de reais, tem o objetivo de beneficiar 12 milhões de pessoas com o abastecimento de água, em 390 cidades de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

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