PF prende 12 suspeitos de compartilhar pornografia infantil
Operação Infância Segura II foi deflagrada em quatorze Estados brasileiros; PF rastreou os suspeitos por meio de grupos de bate-papo na internet
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira doze pessoas acusadas de posse e compartilhamento de pornografia infantil. Iniciada há seis meses, a operação Infância Segura II foi deflagrada nesta madrugada em quatorze Estados brasileiros. Ao todo, quarenta mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Segundo o delegado Carlos Henrique Cotta D`Ângelo, chefe da delegacia da PF em Uberlândia (MG), que centralizou a operação, a investigação começou a partir da prisão de um estudante, de 20 anos, suspeito de estelionato na rede. Além das páginas de compra falsas, a polícia encontrou em seu notebook um extenso material de pornografia infantil. Em poder da PF, o estudante relatou como acessava o conteúdo ilícito e como trocava imagens de crianças e adolescentes em pose sexual com pessoas do mundo todo.
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“Com as informações, rastreamos 40 indivíduos brasileiros e centenas de estrangeiros, principalmente da Europa e América do Norte, que faziam parte de grupos de bate-papo e usavam um codinome para acessar o material na internet”, disse o delegado. Como os grupos eram restritos ao público e os usuários usavam nomes falsos, os suspeitos tinham a falsa impressão de que não poderiam ser monitorados. A PF os identificou em 35 cidades do país através do IP (endereço) das máquinas.
O delegado afirmou também que por enquanto não identificou nenhum abusador, mas a perícia do material achado nos computadores deve indicar se alguns dos detidos tiveram contato direto com os menores que aparecem nas imagens. “Nesses grupos, os indivíduos precisam ter material para trocar porque, senão tiverem, eles são excluídos do grupo. Eles sempre têm que correr atrás de novas imagens. Alguns não conseguem e passam a produzir as próprias imagens”, disse D`Ângelo.
Há duas semanas, uma outra operação de combate a pedofilia prendeu 51 pessoas em dezoito Estados e no Distrito Federal. Nesse investigação, a qual D`Ângelo também participou, foi preso em Uberlândia um pai que confessou à PF ter o desejo de abusar da própria filha, que ainda nem havia nascido – na época, sua mulher estava grávida de sete meses.