PF deflagra operação braço da Lava Jato contra crimes ambientais
Um dos alvos em comum é o doleiro Habib Chater, que foi preso na fase inicial da Lava Jato; PF investiga a ocorrência de crimes ambientais em reserva indígena, em Rondônia
A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira 11 mandados de prisão, 35 de condução coercitiva e 41 de busca e apreensão contra a extração e comercialização ilegal de diamantes em terras indígenas, no interior de Rondônia. Segundo nota da PF, a operação, batizada de Cratons – nome da estrutura geológica que dá origem à pedra preciosa -, é um “desmembramento direto” da Lava Jato. Um dos alvos em comum é o doleiro Habib Chater, que foi apontado como dono do posto de gasolina que lavava o dinheiro da Lava Jato e motivou a operação. Ligado ao doleiro Alberto Youssef, ele foi um dos primeiros presos nas diligências da PF do Paraná.
Além de Rondônia, 220 agentes foram acionados para cumprir os mandados em oito Estados, além do Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso e Paraná.
Apesar de ser um demembramento da Lava Jato, a operação não tem nenhuma relação com o petrolão e apura a ocorrência de crimes ambientais.
Segundo a PF, uma quadrilha constituída por empresários, advogados, comerciantes, garimpeiros e indígenas era responsável por gerenciar a exploração ilegal de diamantes no chamado Garimpo Lage, situado dentro da Reserva Indígena Parque do Aripuanã. Os índios que habitam o local são da etnia Cinta Larga.
Os suspeitos devem responder pelos crimes de extração mineral sem autorização do órgão competente, dano a unidade de conservação, usurpação de bem da União, receptação, organização criminosa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
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