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PF apura vínculo de Paulo Roberto Costa e empresa contratada para a Copa

Documentos apreendidos na Operação Lava-Jato são referentes a contratos entre Paulo Roberto Costa e a empresa de consultoria Value Partners do Brasil; em três anos, a consultoria recebeu R$15,6 mi para atuar no Mundial

Por Da Redação
6 jun 2014, 10h54

A Polícia Federal suspeita que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa esteja vinculado a uma empresa que prestou consultoria ao Ministério do Esporte no planejamento da Copa do Mundo de 2014. Durante a Operação Lava-Jato da PF, que apura um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, foram apreendidos papéis referentes a contratos da Value Partners do Brasil, que recebeu 15,6 milhões de reais entre 2010 e 2013 para auxiliar no gerenciamento e realização do Mundial.

A empresa integrou o Consórcio Copa 2014, contratado pelo governo em 2009 para prestar assessoria em tarefas como a elaboração de um plano de obras de infraestrutura prioritárias nas cidades-sede e a análise de projetos de lei relacionados à Copa. A contratação inicial, vigente por dois anos e foi renovada por mais dois. Segundo as investigações, as empresas do consórcio receberam, ao todo, ao menos 29,4 milhões de reais. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades nesses pagamentos.

Os documentos foram encontrados em um computador apreendido na residência de Costa, no Rio de Janeiro, durante buscas da Operação Lava Jato. O ex-diretor é suspeito de participar de um suposto desvio de recursos da Petrobras, entre 2009 e 2014, de contratos superfaturados de obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ele foi preso em março pela PF e solto no mês passado, por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Constam ainda no material apreendido planilhas de preços do Esporte, que serviram de referência para a licitação, cartas e ofícios das integrantes do consórcio para autoridades da pasta, recibos de transações financeiras entre as sócias, além de papéis referentes a contratos, distratos e alterações na sociedade das prestadoras de consultoria.

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A Value Partners do Brasil é uma extensão da empresa com sede na Europa, onde é controlada pelo italiano Alberto Antoniolli. Segundo documentos apreendidos, anteriormente a empresa operava com o nome Spectrum Strategy e prestou serviços a entidades esportivas internacionais, incluindo a Fifa. Há ainda citações a negócios da Value com a União das Federações Europeias de Futebol (Uefa).

Abrir portas – O relatório das apreensões menciona ainda dois boletos de pagamento a uma imobiliária que apresentam como “sacado” o gerente executivo da Value Partners do Brasil, Rogério Carvalho dos Santos. Carvalho disse que a empresa procurou Costa visando uma parceria com a consultoria do ex-diretor, a Costa Global, após ele deixar a Petrobras em 2012. O gerente da Value Partners afirmou que a empresa fez um contato “institucional” com o ex-diretor da Petrobras e que isso não se converteu em assinatura de contrato. Segundo Carvalho, é rotineira a associação com pessoas que “são abridores de porta” no mercado. No entanto, Santos disse que a sociedade não foi adiante por falta de interesse de Costa. “Não foi celebrado nenhum contrato.”

Além desses documentos, a PF também encontrou na casa de Costa papéis de negócios da Value Partners com a Petrobras Distribuidora, nos quais consta uma planilha de preços de licitação para consultoria, além de dois contratos da empresa com a subsidiária da estatal. Um deles, de 200.000 reais, para “avaliação econômico-financeira de uma distribuidora de produtos químicos”; o outro, de 495.000 reais, para serviços na área de “eficiência energética”.

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Datado de 15 de maio, o relatório da PF não é conclusivo e opina pela continuidade das investigações. “O busílis da questão é o fato de esses documentos estarem gravados no equipamento encontrado em um imóvel vinculado a Paulo Roberto (Costa)”, segundo o texto.

O gerente da Value Partners afirmou não ter conhecimento a respeito de boletos com seu nome na casa de Costa e afirmou que “no caso do Paulo, a gente não apresentou nada de detalhes”. Em nota, a empresa de consultoria reforçou que “não tem e nunca teve nenhum tipo de sociedade” com o ex-diretor.

O Ministério do Esporte informou, por meio de nota, não ter relação com Costa e afirmou que desconhece qualquer ligação dele com as “empresas contratadas por licitação”. A pasta declarou que, após constatação de falhas no contrato, implementou todas as medidas solicitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU): “O Consórcio Copa forneceu os serviços previstos pelo contrato, feito a partir da licitação”. A Petrobras Distribuidora disse, via assessoria de imprensa, que tem dois contratos vigentes com a Value Partners, ambos firmados por meio de licitação. A Fifa não se pronunciou sobre o caso.

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(Com Estadão Conteúdo)

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