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Petrópolis: pânico com fake news e falta de pás e galochas para bombeiros

Em meio a tragédia, cidade enfrenta onda de notícias falsas e falta de material para resgate de possíveis sobreviventes do temporal que já matou 139 pessoas

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 19 fev 2022, 15h13 - Publicado em 19 fev 2022, 10h04

Quatro dias após a tempestade que devastou Petrópolis, na Região Serrana fluminense, deixando até agora 139 mortes e pelo menos 213 desaparecidos, o clima ainda é de muita tensão. Não só pela dificuldade no trabalho de buscas por sobreviventes e a instabilidade do tempo, com previsão de chuvas a qualquer momento neste sábado (19), mas pela proliferação de notícias falsas nas redes sociais e em aplicativos de mensagens. O prefeito da cidade, Rubens Bomtempo, fez um alerta enfático sobre o problema que vem disseminando uma atmosfera de pânico adicional entre os moradores.

Bomtempo fez um apelo para que a população procure se informar em fontes seguras e, em paralelo, a prefeitura divulgou uma nota indicando os canais oficiais do município e reforçando a importância de se buscar veículos de imprensa confiáveis. “Está cheio de fake news. Gente que não tem consideração com as pessoas, que não ama Petrópolis. Estão criando factóides. Vieram falar agora que tinha se rompido uma grande adutora, que a cidade ia ficar inundada. Isso não existe”, disse Bomtempo. Em grupos de WhatsApp também chegou a circular informações inverídicas de que uma igreja no centro da Cidade Imperial havia desabado e que teria ocorrido o rolamento de uma rocha em uma comunidade conhecida como 24 de maio.

Além da proliferação de fake News num momento em que a cidade enfrenta uma tragédia, um documento interno do Corpo de Bombeiros, de quinta-feira (17) aponta uma dificuldade adicional: a corporação sofre com a falta de materiais básicos para a atuação dos militares na região. Diante da solicitação urgente de itens, como pás, enxadas, galochas e luvas para retirada de corpos, requerido pela subchefia administrativa do Estado-Maior — órgão responsável pelo planejamento da corporação —, o almoxarifado-geral dos Bombeiros respondeu que não tinha nenhum dos materiais solicitados em estoque. Apesar de a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros ter informado inicialmente que a corporação possui os materiais (são pedidos 4.286 unidades de 20 itens) e que “não há processos de compra”, foi assinado um termo de abertura de processo de aquisição há dois dias pela diretoria de apoio logístico.

A necessidade urgente de compra de materiais coincide com relatos de moradores, que têm reclamado publicamente da atuação dos bombeiros. Vários deles, desesperados com o desaparecimento de parentes, têm agido por conta própria nas buscas. Pelas informações oficiais, há cerca de 500 agentes da corporação atuando na região, destacados em locais como o Morro da Oficina, onde um deslizamento de terra engoliu inúmeras casas; na Rua Teresa, famoso centro comercial da cidade; e no Alto da Serra, uma das localidades mais afetadas pela tragédia.

A perspectiva de mais chuvas também preocupa quem moradores e quem trabalha no trabalho de resgate e recuperação da cidade. De acordo com a meteorologia, Petrópolis vai ter hoje períodos nublados, de sol com muitas nuvens, mas pode chover a qualquer hora.

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