A Petrobras continua mantendo diálogo com o presidente equatoriano, Rafael Corrêa, afirmou nesta terça-feira o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli. As conversas prosseguem a despeito da ameaça do Equador de expulsar a estatal brasileira do país caso ela se negue a obedecer a nova legislação equatoriana sobre hidrocarbonetos. A regra ameaça transformar a Petrobras em uma mera prestadora de serviços no Equador.
Gabrielli não quis entrar em detalhes sobre a hipótese de a Petrobras passar para o status de prestadora de serviços e se limitou a dizer que as “conversas continuam”. “Continuamos tendo negociações”, disse ele, segundo reportagem publicada pelo site do jornal O Estado de S. Paulo. Gabrielli tampouco falou sobre as indenizações que eventualmente poderiam ser requisitadas pela Petrobras no caso da nacionalização de suas atividades no país.
A renegociação dos contratos entre o Equador e as petroleiras estrangeiras foi determinada no início de setembro. A nova legislação prevê que todas as operações sejam assumidas pela Petroecuador e que as empresas estrangeiras se tornem prestadoras de serviços. O estado seria o destinatário de todo o lucro e as empresas receberiam apenas valores referentes aos custos de produção e ao uso da infra-estrutura.
A tensão entre a estatal petrolífera brasileira e o Equador somou-se ao episódio do final de setembro, quando o presidente Rafael Corrêa expulsou a construtora Norberto Odebrecht do país, alegando que ela foi responsável por irregularidades que resultaram na paralisação de uma hidrelétrica subterrânea em junho. Os contratos da empresa no país foram cancelados e quatro de seus funcionários foram expulsos. A Odebrecht lamentou a decisão e negou qualquer irregularidade.