Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Petista que preside agência federal transforma audiência em ato político

Em audiência convocada pelo PT, presidente da Agência Nacional de Águas disse que o uso da 2ª cota do volume morto do Cantareira é 'pré-tragédia'

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 out 2014, 19h41

Na mesma semana em que a campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) resolveu explorar à exaustão a crise de água em São Paulo para atingir Aécio Neves (PSDB), a bancada do PT na Assembleia Legislativa montou um ato político para o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), o sindicalista e petista Vicente Andreu Guillo, atacar o governo paulista.

O presidente da ANA classificou o uso da segundo cota do volume morto do reservatório do Cantareira como uma “pré-tragédia”. Ele também ironizou a possibilidade de a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) usar a terceira reserva profunda do manancial. Segundo ele, se não chover nos próximos meses, a companhia precisará recorrer ao “lodo” do reservatório para captar água. “Eu acredito que tecnicamente será inviável. Do ponto de vista ambiental, essa água terá problema. Se a crise se acentuar é bom que a população saiba que não haverá alternativa a não ser ir no lodo”.

Sem a presença de parlamentares aliados do governo – a audncia foi convocada pelo deputado estadual João Paulo Rillo -, o festival de ataques continuou: “Os reservatórios existentes atualmente são pequenos para garantir o abastecimento em São Paulo. Só não faltou água anteriormente porque foram anos de chuva, mas sempre houve esse risco de escassez”.

Simultaneamente, em evento de campanha em Pernambuco, a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) citava a crise hídrica para atacar o PSDB. “O Estado mais rico do Brasil, o Estado de São Paulo não se preparou para a seca. Vocês do Nordeste se prepararam. Hoje, diante da maior seca nós temos condições de viver aqui em vez de ficar catando pingo d’água por aí”, disse a presidente, acompanhada Lula, que abandonou o papel de ex-presidente para capitanear a baixaria na reta final da eleição.

Continua após a publicidade

Em nota, o governo de São Paulo afirmou que o objetivo das declarações do presidente da agência foi “disseminar o pânico em São Paulo”. “É lamentável que o presidente de um órgão federal, financiado com o dinheiro do contribuinte, venha disseminar pânico em São Paulo. E pior: em horário de trabalho, participando de um evento patrocinado por um partido em plena campanha eleitoral. Em vez de solidarizar-se com o esforço do povo de São Paulo, o dirigente da agência tenta tirar proveito político de uma crise que se enfrenta com critérios técnicos e a união de todos. São Paulo enfrenta com união, planejamento e obras a maior seca já registrada na região Sudeste do país”, informa a nota, assinada por Saulo de Castro Abreu Filho, secretário-chefe da Casa Civil do governo de São Paulo.

Em evento de campanha nesta terça-feira, o candidato Aécio Neves disse que o aparelhamento da agência federal dificultou o combate ao problema de desabastecimento. “A Agência Nacional de Águas, se não tivesse no governo do PT servido a outros fins – nos lembramos bem quais foram os critérios para ocupar cargos de diretoria na ANA -, poderia ter sido uma parceria maior do governador”, disse o tucano após ser questionado pelo uso da seca pela campanha petista, em Caeté, em Minas Gerais.

Leia também:

Justiça libera 2ª cota do volume morto do Cantareira

Barganha política avança sobre agências reguladoras

Filiação – Guillo foi nomeado ao cargo de chefia na agência reguladora pelo ex-presidente Lula em 2009. Ele é filiado ao PT desde 2001, quando foi nomeado presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) de Campinas, no interior de São Paulo. Antes, ele era diretor do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, uma das tantas entidades ligadas à CUT, entre 1987 e 1995. Antes de ir para Brasília, Guillo foi secretário de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas na gestão do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), que sofreu um processo de impeachment após o Ministério Público descobrir um esquema de corrupção envolvendo vários secretários municipais – na ocasião, ele não foi acusado de nenhuma irregularidade.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.