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Pesquisa: 66% dos brasileiros são favoráveis ao aborto em caso de estupro

Levantamento feito antes do caso da garota abusada pelo tio mostra também que só 36% são favoráveis à interrupção da gravidez de meninas menores de 14 anos

Por Redação
Atualizado em 21 ago 2020, 13h35 - Publicado em 21 ago 2020, 13h26

Uma pesquisa realizada pelo instituto Locomotiva apontou que 66% dos brasileiros são favoráveis ao aborto em casos de estupro. O levantamento, realizado antes da divulgação da história da criança de 10 anos que ficou grávida após sofrer abusos do próprio tio no Espírito Santo, mostra que os evangélicos são mais resistentes em aceitar o procedimento. Entre os entrevistados, 71% dos católicos e 70% dos ateus se mostraram favoráveis, contra 58% dos evangélicos. Pessoas de outras religiões que concordam com a interrupção da gravidez neste caso representam 74%.

O levantamento também quantificou a porcentagem de brasileiros favoráveis à interrupção da gravidez em casos de meninas com menos de 14 anos. Só 36% concordam com o procedimento. Mais uma vez, os evangélicos apresentaram a menor aprovação: 28%. Os católicos que aceitam a aplicação do aborto neste caso são 41%, enquanto os ateus representam 42%. Pessoas de outras religiões que responderam afirmativamente foram 48%.

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Pela legislação atual, o aborto só é permitido em casos de estupro, de risco à vida da mãe e de anencefalia do feto. Realizar o procedimento em outras circunstâncias prevê pena de prisão tanto para a gestante quanto para os profissionais que realizarem a extração do feto.

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Em outra pergunta, 43% dos entrevistados dizem conhecer uma brasileira que realizou um aborto, sendo que 52% das mulheres e 32% dos homens responderam afirmativamente. A taxa é maior entre os evangélicos (48%) do que entre os católicos (39%).

As mulheres que não possuem religião ou que são fiéis de outras crenças representam a maior proporção entre aquelas que assumem já ter feito um aborto. A admissão foi feita por 9% das entrevistadas. Entre as evangélicas, 7% afirmam que fizeram o procedimento, enquanto a proporção entre as católicas foi de 5%.

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O mesmo acontece entre os homens. Aqueles que não possuem religião (10%) ou que são seguidores de outras crenças (14%) representam a maior proporção entre os que admitem que tiveram parceiras que fizeram um aborto. A taxa cai para 9% entre os católicos e os evangélicos que foram ouvidos.

Saúde pública

Para a maioria dos entrevistados, o aborto é uma questão de saúde pública. Entre os católicos, 44% responderam dessa maneira, 35% disseram ser uma questão de direitos, 12% classificaram como um caso de polícia e 3% afirmaram que é um assunto religioso. Entre os evangélicos, o aborto é um caso de saúde pública para 38% dos entrevistados, sendo que 37% acreditam que é uma questão de direitos, 14% enxergam como um caso de polícia e 7% classificam como um assunto religioso.

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A discussão sobre a descriminalização do aborto voltou à tona no Brasil após grupos fundamentalistas religiosos tentarem impedir a menina de 10 anos de fazer o procedimento no Recife depois de ter engravidado de um tio que a estuprara diversas vezes. Reportagem de capa da edição desta semana de VEJA conta detalhes do caso e discute os atrasos da legislação brasileira quando se trata da interrupção de uma gravidez.

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