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Perícia encontra crack e maconha em carro envolvido em acidente

Segundo delegado, droga estava no veículo do advogado Arthur Falcão Sfoggia, preso por provocar choque que matou comissário de bordo Alexandre Stoian em SP

Por Da Redação
14 jul 2017, 18h45

A perícia policial encontrou porções de crack e de maconha no carro do advogado Artur Falcão Sfoggia, de 33 anos, acusado de ser responsável pelo acidente que matou carbonizado o comissário de bordo Alexandre Stoian, de 43 anos, na Avenida dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, nesta sexta-feira. O advogado foi autuado em flagrante e deve ser transferido para uma cela especial, por ter curso superior.

Segundo a Polícia Civil, Sfoggia responderá por homicídio qualificado, com dolo eventual (quando assume o risco de matar). Para os investigadores, houve meio cruel, uma vez que a vítima morreu queimada, e perigo comum às outras pessoas. “Ele assumiu o risco de causar o evento morte”, afirma o delegado Anderson Pires Giampaoli, titular do 96° Distrito Policial, responsável pelo caso. “Além de estar em alta velocidade, ele ingeriu bebida alcoólica.”

O advogado também será indiciado por lesão corporal – por causa dos ferimentos provocados à mulher de Stoian, que estava no carro -, fuga do local do crime e omissão de socorro, além de porte de entorpecente. “Encontramos no veículo dois copos aparentemente com bebida alcoólica – a perícia é quem vai dizer -, uma lata de cerveja, uma porção de maconha e uma pequena porção de crack”, afirmou Giampaoli.

O primo de Sfoggia, um empresário de 35 anos, pode responder por favorecimento pessoal, caso a Polícia Civil conclua no inquérito que ele facilitou a fuga do suspeito. Por enquanto, não houve pedido de prisão contra o empresário. “Ele não era o condutor, não há indício de que tenha participação em racha, nem foi a causa do acidente”, diz o delegado.

O comissário de bordo Alexandre Stoian, que morreu após seu carro ser carbonizado em acidente na Avenida dos Bandeirantes, em São Paulo (Facebook/Divulgação) (Reprodução/Facebook)

O acidente ocorreu por volta das 3h45 desta sexta-feira. O Volkswagen Jetta, conduzido por Sffogia, colidiu na traseira do carro onde estavam Stoain e a mulher, que girou e pegou fogo. Com base em imagens colhidas e na análise das marcas de frenagem, a Polícia Civil acredita que o advogado estava a mais de 100 km/h – o dobro do limite permitido na Bandeirantes, de 50 km/h. Na delegacia, o suspeito afirmou estar a 90 km/h.

Em uma primeira versão, Sfoggia disse que estava levando o primo, que mora em Chapecó (SC), para o aeroporto, mas sofreu uma tentativa de assalto e tentou fugir. Os policiais, no entanto, encontraram no veículo um cartão de estacionamento de uma boate e também levantou pagamentos feitos na casa de festa na madrugada.

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Confrontado, o advogado teria mudado a versão, admitindo que ficou na festa entre meia-noite e 3h, e depois parou para comer em uma lanchonete. No caminho de casa, disse que percebeu estar sendo perseguido e por isso acelerou.

Para a polícia, o depoimento também não é 100% verdadeiro. “A distância entre o ponto do acidente e o que ele disse estar sendo seguido é de um quilômetro, mais ou menos”, disse Giampaoli.

Segundo o delegado, Sfoggia admitiu que ingeriu bebida alcoólica e que faz uso de remédio para depressão. O suspeito se negou a fazer exame de sangue, mas foi submetido a exame clínico, cujo laudo vai avaliar também se houve uso de entorpecente.

Aos policiais, o suspeito também negou que tenha deixado de prestar socorro. Como prova, mostrou queimaduras nas mãos que teriam sido sofridas na tentativa de resgate.

“As imagens e os depoimentos mostram, até agora, que essa versão de que ele tentou prestar socorro é mentirosa”, afirmou Giampaoli, que disse ter analisado gravações dele e do primo chegando em casa.

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Para o delegado, as queimaduras podem ter sido produzidas pelo próprio suspeito. “A polícia está investigando isso”, disse. “A prova cabal é que ele fugiu, sequer chamando ambulância ou outro tipo de socorro.”

Racha

A Polícia Civil também investiga se Sfoggia participava de um racha na hora do acidente. Segundo testemunhas, o advogado teria fugido do local com auxílio de um terceiro carro. “É possível que o racha reste configurado no curso da investigação”, disse o delegado.

Os investigadores vão levantar imagens da Companhia de Engenharia de Tráfego(CET) e de comércios para confirmar ou descartar a hipótese. Até o momento, as gravações colhidas só mostram que Sfoggia e o primo chegam a pé em casa.

(Com Estadão Conteúdo)

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