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Pedido de cassação de Demóstenes é aprovado

Por Da Redação
25 jun 2012, 23h27

Por Ricardo Brito e Eugênia Lopes

Brasília, 25 – Por unanimidade, o Conselho de Ética do Senado aprovou na noite desta segunda-feira, 25, o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) que pede a cassação de Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. Num relatório de 79 páginas, Humberto Costa disse que há provas “robustas” e manifestas” do envolvimento de Demóstenes com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Todos os 15 senadores foram favoráveis à perda de mandato do senador de Goiás. Agora o processo seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça para verificar sua legalidade. A expectativa é que vá à votação em plenário, em sessão secreta, daqui a duas semanas.

Antes da votação, o senador Mário Couto (PSDB-PA) disse que vai abrir em plenário seu voto, mesmo que ele venha a ser anulado. Couto defendeu que se o processo seja votado em sessão aberta em plenário. Ele afirmou que se desligará do conselho se o Senado inocentar Demóstenes. “Traga o caixão do Senado Federal, enterre o Senado, sepulte de uma vez. Que moral teremos mais depois disso”, disse.

“O senador Demóstenes Torres sabia e sabe o que é certo, mas resolveu trilhar o caminho do errado”, afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT). “A mim, ele enganou o tempo todo”, afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Os dois não são integrantes do conselho, mas acompanharam a sessão de votação.

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Influência – Ao longo de três horas de leitura do seu voto, Humberto Costa afirmou que o senador usou o seu mandato para “influenciar as diversas esferas do poder em favor dos negócios do contraventor”. Ele disse que Demóstenes não apenas feriu a ética e o decoro parlamentar, mas também cometeu os crimes de advocacia administrativa e favorecimento pessoal.

No parecer, o relator disse que o contraventor é um “verdadeiro anjo-da-guarda do senador”. Segundo Costa, Cachoeira estava sempre trabalhando para proporcionar “comodidade”, “conforto” e “bem-estar” ao parlamentar: deu um rádio Nextel para o parlamentar falar, com a conta paga, comprou presentes no valor de R$ 170 mil, entre eles uma mesa de jantar (US$ 18 mil), um aparelhagem de som (US$ 27 mil), cinco garrafas de vinho (US$ 15 mil) e um fogão e geladeira no casamento (US$ 25 mil).

Costa considerou ser “inacreditável” que Demóstenes não soubesse que Cachoeira era contraventor. Pelas contas do relator, o senador e o contraventor encontraram-se 40 vezes e se falaram pelo telefone Nextel 97 vezes.

No texto, o relator citou o fato de o senador ter trocado 416 telefonemas em 316 dias com Cachoeira e integrantes do grupo do contraventor. Em outras 315 situações, seu nome foi citado por terceiros. “Acredito que a todos nós ocorreu o mesmo que se passou com o senador Randolfe Rodrigues: a constatação de que nem mesmo com as nossas famílias falamos tanto!”.

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