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Paulo Tadeu, o secretário-problema de Agnelo

Petista histórico, braço-direito do governador está envolvido nas principais denúncias que atingem o governador do Distrito Federal

Por Gabriel Castro
14 abr 2012, 09h17

Aos 44 anos de idade, o secretário de Governo do Distrito Federal, Paulo Tadeu, está no auge da carreira. Ex-deputado distrital, ele é o poderoso braço-direito de Agnelo Queiroz no governo. Mas ainda não está claro se, para Tadeu, a passagem pelo governo do Distrito Federal será um trampolim ou um velório político. Nesta quinta-feira, o site de VEJA mostrou como o homem-forte do contraventor Carlinhos Cachoeira se encontrou com Tadeu e o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, para “amarrar os bigodes”. Cachoeira manda convidar a dupla para uma orgia em Goiânia, indicando que já havia intimidade.

Essa não foi a primeira acusação envolvendo Paulo Tadeu. Na verdade, boa parte das denúncias que atingem Agnelo passam também pela secretaria de Governo. O governador Agnelo Queiroz é cristão-novo no PT: fez carreira no PCdoB, partido que só deixou em 2008. Já Paulo Tadeu tem profundas ligações com a estrutura partidária: milita no PT desde 1984. Fez carreira como sindicalista e se transformou em um dos principais nomes da oposição nas gestões de José Roberto Arruda e Joaquim Roriz.

Em 2010, Tadeu foi eleito deputado federal pela primeira vez. Mal assumiu o mandato, foi convocado para comandar a secretaria de Governo, a mais influente da gestão de Agnelo. O secretário havia recebido mais de 200 000 reais de de Agnelo Queiroz para custear sua campanha a deputado.

As a ligação entre ele e Agnelo era ainda mais antiga. O irmão do secretário, Ricardo Vale, controla a ONG Cata-Vento, que foi citada no escândalo dos desvios no Ministério do Esporte, comandado por Agnelo entre 2003 e 2006. A entidade teria desviado recursos repassados por meio de convênios.

Vale também é o mandante do Sobradinho Esporte Clube, clube que adquiriu em 2011. A equipe é alvo de suspeitas de lavagem de dinheiro. Tanto em um caso quanto em outro, parte das denúncias foi divulgada pelo policial militar João Dias, que é da mesma cidade-satélite de Paulo Tadeu e se transformaria no algoz de outro ex-ministro do Esporte, Orlando Silva.

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O mesmo João Dias foi preso em dezembro ao derrubar 159 000 reais sobre uma mesa no gabinete de Paulo Tadeu no Palácio do Buriti. O policial alega que o valor havia sido deixado em sua casa por emissários do Secretário de Governo, numa tentativa de cooptação. Depois de ser preso por causa do tumulto, o policial militar revelou em depoimento ter feito saques de dinheiro a pedido de Paulo Tadeu para bancar um caixa dois da campanha local de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2006.

Críticas – Tadeu também não agrada aos colegas: sofre críticas de parlamentares governistas pela suposta falta de diálogo e pelo pouco traquejo em negociações. A paciência de alguns aliados com a falta de habilidade política na relação com a Câmara Legislativa parece estar próxima no fim, o que ameaça minar uma das maiores fortalezas da gestão de Agnelo: a gigantesca base aliada, que só deixa de fora três dos 24 deputados distritais.

A cada nova denúncia, o secretário nega enfaticamente qualquer envolvimento em esquema de corrupção e se diz vítima de armadilhas montadas por adversários das “forças políticas do passado”. Em parte, pode ser verdade. Mas fica difícil acreditar quando se vê que o secretariado de Agnelo inclui ex-aliados de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, antecessores do atual governador e adversários políticos do PT por duas décadas. O próprio vice de Agnelo, o peemedebista Tadeu Filipelli,é cria política de Roriz.

Depois de Agnelo, recém-chegado no PT, Tadeu é o principal nome petista em um governo eleito com uma aliança ainda mais heterogênea do que a da presidente Dilma Rousseff. O sucesso do governo está diretamente vinculado à capacidade do secretário de se livrar – e livrar Agnelo – das graves denúncias que os rondam.

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