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Paulo Roberto Costa quis ter Petrobras como parceira de refinarias

Em mensagem para a presidente Graça Foster, ex-diretor propôs uma associação entre a estatal e a REF Brasil para a construção de pequenas refinarias em pelo menos quatro estados

Por Rodrigo Rangel e Hugo Marques
25 abr 2014, 19h49

Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, tentou fazer negócios diretamente com a estatal depois de deixar o cargo. Paulo Roberto chegou a enviar uma carta à presidente da companhia, Maria das Graças Foster, propondo uma parceria entre a Petrobras e a REF Brasil, um empreendimento que ele vinha tocando até ser preso e que previa a construção, “com recursos privados”, de pequenas refinarias de petróleo em pelo menos quatro estados brasileiros.

O ex-diretor queria que a Petrobras fornecesse petróleo para refinarias ou contratasse os serviços da REF. Na carta, cujo rascunho foi apreendido pela polícia durante a operação, Paulo Roberto tenta convencer a presidente da estatal.

“Graça, vejo que podemos ter alguns modelos de negócio a ser avaliado (sic) pela Petrobras. Listo a seguir algumas ideias, sobretudo que a definição final pode ser discutida e conversada”, escreveu Paulo Roberto em português capenga. Paulo Roberto sugeria a assinatura de um “memorando de confidencialidade” para que as partes – REF e Petrobras – pudessem discutir o “negócio”.

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A carta de Paulo Roberto recebeu encaminhamento dentro da Petrobras. Graça Foster determinou que o sucessor de Paulo Roberto na Diretoria de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, tratasse do assunto.

Documento Paulo Roberto Graça Foster
Documento Paulo Roberto Graça Foster (VEJA)

Paulo Roberto se esforça para se apresentar, na carta, como alguém ainda importante no mercado, mesmo tendo deixado a diretoria da Petrobras. “Como a construção e operação de refinarias depende da concessão da ANP, já mantivemos contato com a diretora geral, Dra. Magda [Magda Chambriard, diretora-geral da ANP], bem como o diretor da área de Refino, o sr. Waldyr Martins Barroso, onde a acolhida ao projeto foi muito boa”, afirma o ex-diretor.

A VEJA, a Petrobras garantiu que a proposta de Paulo Roberto não foi adiante. E que o próprio Cosenza respondeu a ele. Na resposta, de acordo com nota da estatal, Cosenza “afirma que a presidente da Petrobras, Marias das Graças Silva Foster, o incumbiu de responder sobre a inviabilidade de a companhia participar de qualquer um dos modelos propostos (…), tampouco assinar qualquer Memorando de Confidencialidade”.

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A ANP admitiu, também em nota, que um de seus diretores recebeu Paulo Roberto, em novembro passado, para tratar do projeto das refinarias. O ex-chefão da Petrobras estava acompanhado de empresários e de um representante do governo de Sergipe, estado que receberia uma das unidades previstas no empreendimento planejado por Paulo Roberto – um investimento que, nas palavras do próprio Paulo Roberto, seria “totalmente privado, o que é bom para o Brasil, pois grande parte virá de fundos de investimentos do exterior”.

Em tempo: hoje o ex-diretor da Petrobras é investigado pelos crimes lavagem de dinheiro e também por manter contas secretas em paraísos fiscais com recursos que, segundo os investigadores, eram produto de propinas recebidas nos tempos em que ele assinava contratos milionários em nome da estatal.

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