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Para secretário, morte de João não revela despreparo

Por André Luís de Almeida Pontes
10 jul 2008, 13h21

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista à TV Globo, que a Polícia Militar fluminense não é despreparada. Segundo ele, a morte do menino João Roberto Soares, de 3 anos, no último domingo, foi um momento de “insanidade” dos policiais que praticaram o assassinato.

‘Esse fato foge das raias do despreparo e vai para uma insanidade. Não há uma justificativa plausível. Os próprios colegas do batalhão estão estarrecidos com essa situação. Essas pessoas fatalmente serão expulsas da corporação. Eu como secretário tenho que ter muita força e acreditar no meu trabalho’, disse Beltrame. Momentos antes da entrevista do secretário, os pais do menino João falaram ao mesmo programa e criticaram severamente a atitude da polícia do Rio de Janeiro.

‘Queremos segurança, não queremos essa polícia que está aí”, disse o taxista Paulo Soares, pai do menino. “Sei que existem ótimos policiais, não são todos, não vou generalizar isso. Em decorrência deste preparo perdi meu filho de três anos, porque o cara não teve coragem de mandar sair do carro. Pelo menos descia a criança. Se fosse um seqüestro teria refém. Se fosse bandido ele não iria parar no meio da rua esperando a polícia, eles sairiam do carro atirando para se defender. O que aconteceu com minha família foi um absurdo.’

Para o secretário, porém, o Rio ‘está vivendo um momento muito sério de mudanças, onde os índices de criminalidade têm a tendência de queda’. ‘Não podemos deixar que a polícia militar vire a �Geni� com isso. A PM atende cerca de 1.700 ocorrências por dia’, afirmou o secretário.

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Muito abalada e chorando durante toda a entrevista, a mãe do menino, Alessandra Soares, afirmou que o crime bárbaro não tem desculpas. ‘Só eu sei o que estou passando. A sensação que eu tenho é que ele (Sérgio Cabral, governador do RJ) terá que dar desculpa para outras pessoas. Eles não estão fazendo nada para melhorar nossa segurança. Tenho outro filho e temo muito pela vida dele. Eu não desculpo’, disse Alessandra.

A mãe contou como ocorreu a tragédia. “Eu olhava para o meu filho e dizia �mamãe te ama�. Eu disse ‘Pelo amor de Deus, meu filho, abaixa’. E ele perguntou o motivo. Quando vi, ele estava caído. E não havia troca de tiros. Vou falar no meu depoimento que não estava no meio de tiros. O carro passou a mil por hora do meu lado. Eu ouvi a sirene da polícia e encostei o carro para a polícia passar e eles pararam o carro atrás de mim e me alvejaram.’ Foi a primeira entrevista concedida pela mãe após o assassinato de seu filho.

O secretário Beltrame admitiu que a morte de João Roberto deixa sem argumento qualquer tipo de explicação que o governo possa dar à sociedade, mas prometeu melhorias na atuação da PM fluminense. ‘Isto tem tocado a gente como administrador público. Tenho filhos também e isso nos sensibiliza. Qualquer argumento que se use não vai trazer de volta esta criança. Isto é uma chaga que não vai se cicatrizar, mas a minha garantia como cidadão, como profissional e como apaixonado pelo Rio, é que estamos trabalhando dia e noite por melhores dias.’

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