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Para o comandante da PM, bando do arrastão é o mesmo que fez ataques em 2006

Coronel Mário Sérgio Duarte acredita que criminosos estejam incomodados com o avanço das UPPs, como reagiram às operações em favelas há 4 anos

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 nov 2010, 17h56

“O crime está em franco declínio. Mas um carro incendiado na Linha Vermelha provoca grande impacto nas pessoas. Esses ataques são para sinalizar para a população que estão insatisfeitos com a nossa política. Eles (os bandidos) estão muito incomodados, mas não vamos voltar atrás”

O comandante-geral da Polícia Militar do Rio, Mário Sérgio Duarte, está convencido de que os responsáveis pelos arrastões do fim de semana e desta segunda-feira são os mesmos que, em 2006, promoveram uma onda de ataques às vésperas do Natal. Na ocasião, lembra o coronel, o objetivo dos criminosos era tentar impedir a estratégia de combate ao tráfico de drogas nas favelas. “Aquele grupo de 2006 tentava intimidar o governo que chegava. Sabiam que queríamos mudar a cara da segurança pública. Este grupo, agora que estamos avançando com as UPPs, tenta resfriar a política de segurança. Não vão conseguir”, afirmou, em entrevista ao site de VEJA.

Em 2006, traficantes incendiaram ônibus, alvejaram postos policiais, delegacias, agências bancárias e lojas no momento em que se desenhava uma série de ações para tentar prender chefes do tráfico. Em um dos ataques, sete pessoas morreram e 20 ficaram feridas quando bandidos incendiaram um ônibus.

Mário Sérgio não dá nomes, mas afirma que está próximo de chegar aos responsáveis pelos roubos e incêndios de carros na Linha Vermelha, no domingo, e em Irajá, na manhã desta segunda-feira. “O crime está em franco declínio. Mas um carro incendiado na Linha Vermelha provoca grande impacto nas pessoas. Esses ataques são para sinalizar para a população que estão insatisfeitos com a nossa política. Eles (os bandidos) estão muito incomodados, mas não vamos voltar atrás”, disse.

Arrastão na Linha Vermelha deixa carros queimados e provoca pânico nos motorista
Arrastão na Linha Vermelha deixa carros queimados e provoca pânico nos motorista (VEJA)
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Apesar do efeito amedrontador dos incêndios de automóveis em via pública, o comandante-geral da PM nega que esses crimes sejam ações terroristas. Em vez disso, prefere classificar como ações de bandidos insatisfeitos. “Quando vão para vias expressas tocar o terror, os bandidos querem causar medo na população. Isso, quantitativamente, não representa muito. Mas qualitativamente é um dano grande, gera muita repercussão”, avalia.

É a sensação de insegurança o alvo imediato da PM, segundo o coronel. A partir desta terça-feira, o Quartel-General da corporação, no centro do Rio, vai funcionar com estrutura reduzida – apenas protocolo e áreas essenciais. O efetivo normalmente empregado em trabalhos burocráticos será deslocado para a rua, onde dará segurança à população enquanto unidades operacionais vão ocupar favelas que, de acordo com o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança, são locais de esconderijo dos criminosos.”Estamos reduzindo escalas. O policial vai trabalhar muito mais para termos policiais nas ruas e aumentarmos o nosso policiamento a pé. Neste momento, o importante é garantir a sensação de segurança”, explica Mário Sérgio. Em 2011, o quadro de policiais militares do estado do Rio deve ser ampliado, com 3.600 novos PMS. Segundo Mário Sérgio, já há autorização do governo do estado para criação de mais 7 mil vagas – parte do compromisso assumido pelo estado de, até 2014, ampliar para 50 mil o efetivo total. Em 2016, este número deve chegar a 60 mil.

Transferência de presos – Os ataques no Rio – e a repercussão negativa das imagens de carros incendiados na Linha Vermelha e em Irajá – ocorreram no momento em que o secretário de Segurança Pública do Rio estava fora do estado. José Mariano Beltrame viajou, na manhã desta segunda-feira, para Brasília, para se reunir com o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balesteri. Na pauta do encontro, entre outros temas, estava a transferência de criminosos de alta periculosidade para presídios federais – uma das medidas que, em 2006, ajudou a conter a ofensiva de terror dos criminosos.

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