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Palocci defende interesses da Odebrecht em submarino desde 2009

Emails apreendidos pela PF mostram que o ex-ministro participou desde o início do projeto do submarino atômico, que já consumiu 3,7 bilhões de reais.

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 out 2016, 21h07 - Publicado em 4 out 2016, 20h49

Uma série de e-mails trocados pela direção da Odebrecht mostra que o ex-ministro Antonio Palocci, preso na última semana, começou a fazer lobby em favor da empresa em 2009 em torno do projeto da construção do submarino atômico da Marinha, o ProSub. Desde 2012, a Odebrecht já recebeu 3,7 bilhões de reais para a construção dos estaleiros em Itaguaí, no Rio, onde serão construídos os submarinos, um nuclear e quatro convencionais. O ProSub é um dos projetos mais caros da história. Deverá custar mais de 25 bilhões de reais. O projeto nasceu justamente em 2009, a partir de um acordo assinado entre Brasil e França, durante os governos de Lula e Nicolas Sarkozy.

O primeiro e-mail é 27 de junho de 2009. A mensagem foi escrita pelo engenheiro Romildo Santos, que se tornaria o coordenador do ProSub. Ele enviou a mensagem para presidente da Odebrecht na área de Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Junior, conhecido como BJ e também preso no petrolão. A investigação da Lava-Jato mostrou que Benedicto era também responsável por guardar as planilhas com nomes de políticos e os valores a serem pagos pela empresa em forma de caixa dois. No e-mail, Romildo informa que no dia anterior teve reunião com a “MB”, que seria uma referência à Marinha do Brasil, para tratar dos “nós” em torno do projeto.

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Em seguida, Romildo diz que a reunião tinha o objetivo de encontrar uma forma de viabilizar pagamentos do projeto. “Fiz dois documentos para MO x Italiano”, diz Romildo. “MO” é como eles chamavam Marcelo Odebrecht. “Italiano”, sustenta a Polícia Federal, era Palocci. Os documentos enviados a Palocci e a Marcelo versavam sobre a necessidade de financiamento do ProSub e o cronograma de desembolsos no Orçamento da União e junto ao governo francês. Em 2009, o Orçamento da União era responsabilidade do então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann.

Benedicto Barbosa reenviou o e-mail de Romildo para Marcelo Odebrecht no mesmo dia 27 de junho. No dia 1º de julho de 2009, Marcelo Odebrecht envia de volta uma mensagem para BJ e outros dois diretores da empresas, levantando dúvidas sobre como o projeto do ProSub estava andando. Em seguida, Marcelo Odebrecht pergunta aos executivos qual deveria ser seu procedimento: “Entro no circuito com Italiano e Paulo? Depois me fale da reunião sobre DGI”. A sigla “DGI”, segundo a investigação da Polícia Federal, era como a construtora se referia ao departamento de pagamento de propinas.

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