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Pacificação de favelas valoriza imóveis no asfalto

Cercada de morros, agora ocupados pela polícia, a Tijuca se destaca no boom imobiliário carioca, com empreendimentos completamente vendidos antes do lançamento

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jun 2011, 07h54

A ocupação da Mangueira, no último domingo, fecha o cerco de segurança policial aos morros da Grande Tijuca. Na esteira da pacificação, iniciada há pouco mais de um ano, o bairro, cercado de favelas, é o que mais se beneficiou da política das Unidades de Polícia Pacificadora. Os índices de criminalidade tiveram queda expressiva. Em abril de 2010, quando o Morro do Borel foi ocupado, foram roubados 72 veículos na região onde fica a Tijuca – e engloba seis outros bairros, entre eles o Maracanã. Em abril deste ano, houve 28 roubos de carros. No mesmo período, o número de pessoas roubadas na rua caiu de 256 para 155.

A reação do mercado imobiliário foi imediata, e incluiu a Tijuca no boom imobiliário que acontece no Rio de Janeiro. O preço do metro quadrado praticamente dobrou, passando de 2.800 reais para 5.500 reais, de acordo com levantamento da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-RJ). Um apartamento de três quartos pequeno (80 metros quadrados) não sai por menos de 450 mil reais, e os imóveis são vendidos ainda na fase de pré-lançamento.

As imobiliárias apostaram em prédios maiores, com características diferentes dos existentes. São empreendimentos grandes, com áreas de lazer e quadras poliesportivas, no estilo dos erguidos na Barra. E, este ano, o crescimento chegou aos lançamentos comerciais. Até dezembro, a expectativa é de que sejam vendidas aproximadamente 700 unidades.

Oneide Cardone, que está se mudando de Botafogo para a Tijuca, no novo apartamento
Oneide Cardone, que está se mudando de Botafogo para a Tijuca, no novo apartamento (VEJA)

Isso representa uma grande virada para a região, que amargou 15 anos sem lançamentos imobiliários. Nos anos 1980, aconteceu um verdadeiro êxodo de tijucanos rumo à Barra da Tijuca. “O problema era a segurança. O mercado imobiliário não quer correr o risco de lançar e não vender”, explica José Conde Caldas, presidente da Ademi-RJ.

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Agora, o movimento é inverso. A Tijuca tem atraído moradores de diversas localidades, inclusive da zona sul. É esse o caso da terapeuta Oneida Cardone, de 56 anos, que faz a mudança de um apartamento próprio de um quarto em Botafogo para outro de dois quartos na Tijuca. “Quando uma pessoa quer comprar um apartamento maior, esse bairro é uma boa opção. Antes, ninguém queria a Tijuca, agora ficou mais atrativa”, explica Oneida.

O industrial Sérgio Vinicius Gomes da Silva, de 51 anos, mora na Tijuca há 20. Em agosto de 2010, comprou um apartamento na planta. “Cheguei na fila às 9h. Quando deu meio-dia, já estava tudo vendido. Eu queria comprar duas coberturas com três quartos e não tinha mais. Acabou que consegui uma delas e a outra que adquiri era de dois quartos. Foi a maior confusão, parecia que era de graça”, diz.

As estimativas do presidente da Ademi-RJ para os próximos 36 meses são positivas: os preços dos imóveis devem subir 20% ao ano. Ainda existem na Tijuca terrenos grandes, que ficaram desocupados por muito tempo. O bairro, hoje, representa cerca de 15% dos lançamentos da cidade. Em 2010, foram dez lançamentos residenciais, o maior número desde a década de 90- por causa da consolidação das UPPs.

Para Marcos Saceanu, o diretor de incorporação da construtora PDG, que lançou no ano passado um empreendimento de 194 unidades na Tijuca, o bairro deve continuar a aumentar seus preços. “Os imóveis estavam depreciados, por isso a Tijuca ainda é um dos bairros com mais espaço para a valorização financeira.”

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