Milhões de pessoas podem ser salvas da grave “crise alimentar que se aproxima na região” do Sahel, com ações urgentes como acesso a provisões, especialmente em cinco países do oeste e do centro da África, informou esta segunda-feira a organização humanitária Oxfam.
“Com os primeiros indicadores já apontando para uma provável crise em 2012, e com pessoas com risco particularmente alto de ser afetadas em países como Mauritânia, Níger, Burkina Faso, Mali e Chade, agora é o momento de agir”, informou a Oxfam em um comunicado entregue à AFP em Dacar.
“A situação é extremamente preocupante para milhões de pessoas no oeste da África, mas o pior ainda pode ser evitado. A crise foi identificada cedo e sabemos que há medidas eficazes que se podem tomar antes de que chegue a emergência”, acrescentou o comunicado.
A Oxfam informou que “os governos da região, que já reconheceram a gravidade da crise, deveriam aumentar os esforços para assegurar que as pessoas disponham de dinheiro para comprar comida, recebam alimentos para o gado e que a ajuda de emergência esteja disponível para ser distribuída sem demora”.
Para Mamadou Biteye, um dos encarregados regionais da Oxfam, esta situação se deve a vários fatores como “a escassez de chuvas e dos níveis d’água, as más colheitas e a falta de pastos, os preços dos alimentos, bem como uma diminuição das remessas dos emigrantes”.
Segundo a Oxfam, “os primeiros informes sugerem que cerca de 6 milhões de pessoas no Níger e 2,9 milhões no Mali vivem em zonas vulneráveis à crise que se aproxima, enquanto na Mauritânia, 700.000 pessoas – mais de um quarto da população – estão em risco de insegurança alimentar grave”.
Em Burkina Faso, é provável que mais de 2 milhões de pessoas estejam na mesma situação, enquanto no Chade, 13 das 22 regiões poderão ser afetadas.
“A região do Sahel, do oeste da África, sofreu uma grave crise alimentar em 2010, que afetou 10 milhões de pessoas”, acrescentou a organização.