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‘Ou faz dessa forma ou não faz’, diz Santana sobre caixa 2

Marqueteiro do PT afirma ao juiz Sergio Moro que pagamento recebido por fora em campanha eleitoral é ‘dinheiro de negociação política’

Por Da redação
Atualizado em 21 jul 2016, 23h48 - Publicado em 21 jul 2016, 23h38

Interrogado pelo juiz federal Sergio Moro nesta quinta-feira, o marqueteiro João Santana, que atuou nas campanhas de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014) admitiu ter recebido 4,5 milhões de dólares do caixa 2 da campanha de Dilma em 2010. Ao confessar, Santana disse ao juiz da Lava Jato que é necessário “rasgar o véu da hipocrisia” que envolve as doações eleitorais no Brasil.

“Você vive dentro de um ambiente de disputa, competição profissional. Se termina tendo que ceder, ou faz a campanha dessa forma ou não faz”, afirmou o marqueteiro. Ele disse ainda que a situação não ocorre somente no Brasil, mas no mundo todo. “Os profissionais de eleições no mundo sempre sabem que existe caixa 2 que decorre de aposta no mercado futuro, de fazer amizades com governos. Eu não considero dessa forma ‘dinheiro sujo’, mas como dinheiro de negociação política”, respondeu Santana ao ser questionado por Moro se não tinha conhecimento que se tratava de dinheiro de corrupção.

O marqueteiro foi ouvido na ação penal contra ele e outros sete acusados de receber propinas nos contratos da Petrobras com a empresa de Keppel Fels e também nos contratos da Sete Brasil com o estaleiro da Keppel que teriam somado 216 milhões de dólares em propinas. Dessa quantia, 4,5 milhões de dólares da cota que era destinada ao PT teriam sido repassados ao casal de marqueteiros em 2013 na conta na Suíça da offshore Shellbill Finance, que não era declarada por eles às autoridades brasileiras.

Esse valor, segundo admitiu o casal ao juiz da Lava Jato, era decorrente de dívidas da campanha de 2010 de Dilma Rousseff, também feita pelos dois marqueteiros, e que teria deixado, segundo Santana, uma dívida de 10 milhões de reais. Santana explicou que foi o próprio tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que teria indicado o operador de propinas Zwi Skornicki para fazer o pagamento. “Se (o PT) não pagasse nós teríamos um grave problema de liquidez e eu não assumiria fazer a campanha”, afirmou o marqueteiro.

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(Com Estadão Conteúdo)

 

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