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Organizadores de protesto culpam PM e black blocs por violência

Centrais sindicais e movimentos sociais dizem que mascarados se infiltraram no protesto e a PM agiu com truculência

Por Da redação
Atualizado em 24 Maio 2017, 23h23 - Publicado em 24 Maio 2017, 23h22

Os movimentos sociais e centrais sindicais que organizaram o protesto desta quarta-feira, em Brasília, contra o presidente Michel Temer e por eleições diretas, culpam a Polícia Militar e black blocs pelas cenas de violência e vandalismo na Esplanada dos Ministérios. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social do Distrito Federal, o protesto teve participação de 45.000 pessoas e terminou com 49 feridos (41 manifestantes e 8 policiais), um deles baleado, e oito presos. Enquanto vândalos e PMs entravam em confronto,  Temer decretou ação de Garantia da Lei e da Ordem, medida em que ordena às Forças Armadas e à Força Nacional de Segurança Pública que patrulhem as ruas do Distrito Federal até o dia 31 de maio.

Líder da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim afirma que “a polícia, como sempre, iniciou [a confusão] para conter parte dos manifestantes que chegaram perto da barreira combinada”. Sobre a depredação em onze prédios de ministérios, que envolveu princípios de incêndio nas pastas da Agricultura, Integração Nacional, Cultura e Planejamento, Bonfim pondera que “black blocs são autônomos, vão para os atos e não pedem licença, não tem comunicação nem contato nenhum”.

Por meio de nota assinada por seu presidente, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), a Força Sindical adota o mesmo discurso ao rechaçar “a infiltração de black blocs”, classificá-los como “baderneiros” e atacar a polícia. “Igualmente atribuímos ao despreparo da Polícia Militar de Brasília grande parte da responsabilidade pelas cenas lamentáveis de depredação do patrimônio público. Em lugar de prender bandidos comuns e qualificados, de máscara ou de colarinho branco, infelizmente essa polícia se especializa em atacar trabalhadores e trabalhadoras”, diz a central sindical.

A Frente Brasil Popular, que abarca cerca de 70 movimentos sociais, incluindo MST e CUT, também diz por meio de nota que “o uso das Forças Armadas, de bombas de gás lacrimogêneo e bala de borracha demonstra a atual fraqueza do governo de Michel Temer e seus aliados, ainda mais instável após as inúmeras denúncias de corrupção que envolvem o próprio presidente”.

Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, publicou um vídeo no Facebook em que explica de maneira menos evasiva a depredação em Brasíia. “Estão usando como argumento ataques a ministérios. Agora, as pessoas chegam pacificamente numa manifestação, a polícia reage com porrada, bomba, de maneira sistemática… é evidente que terá reações”, diz ele.

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De acordo com a SSP, três manifestantes foram presos por porte de drogas e porte de arma branca, um por porte de arma branca, dois por resistência e pichação, um por lesão corporal e resistência e um por desacato, todos encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE). Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança, um dos militantes se feriu ao tentar atingir um policial com um rojão, que explodiu em suas mãos.

Durante o conflito foram registradas imagens de pelo menos dois PMs empunhando armas de fogo. Uma pessoa foi baleada e, segundo a SSP, não corre risco de vida. Um vídeo publicado pelo site do jornal O Globo mostra um dos agentes indo de encontro aos manifestantes e atirando para o alto seguidas vezes. Outro, também armado, atira em direção aos militantes. A Secretaria de Segurança afirma que abrirá inquérito para investigar a conduta dos PMs que usaram suas armas no conflito. “Este procedimento não é adotado em manifestações. Os incidentes e as responsabilidades serão apuradas”, diz a pasta.

Por meio de nota, o governador Rollemberg  afirma que “a Polícia Militar do Distrito Federal agiu de acordo com o Protocolo Tático Integrado, assinado pelos governos federal e distrital, no mês passado, em que a segurança dos prédios públicos federais ficou sob a responsabilidade da União. Em todas as 151 manifestações nos últimos dois anos, as forças de segurança federal e distrital agiram de maneira integrada e colaborativa. Em todas as ocasiões a Polícia Militar agiu com eficácia e eficiência, demonstrando estar plenamente apta ao regular desempenho de sua missão constitucional. Eventuais excessos serão rigorosamente apurados”.

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