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ONGs denunciam barbárie de Pedrinhas na ONU

Entidades pediram a visita do relator especial sobre tortura das Nações Unidas ao complexo penitenciário maranhense

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 mar 2014, 16h45

Um grupo de ONGs denunciou nesta segunda-feira ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, os atos de barbárie praticados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), desde o ano passado. A advogada da ONG Conectas Vivian Calderoni afirmou que a situação no presídio continua “crítica” e que o governo maranhense foi “incapaz” de conter a crise. Por fim, a ONG pediu que o relator especial da ONU sobre tortura, Juan Méndez, faça uma visita à penitenciária. Só neste ano, seis detentos foram assassinados em Pedrinhas – em 2013, foram 59 mortos.

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No pronunciamento, a advogada citou dois vídeos gravados dentro de Pedrinhas. Um mostra detentos decapitados e esquartejados após o fim de um motim. O outro exibe uma fila de presos nus sendo alvejados nas costas por policiais com balas de borracha. A ONG também criticou a presença da Polícia Militar, que atua dentro do presídio desde o fim de dezembro do ano passado. “Para piorar a situação, a solução escolhida pelas autoridades foi militarizar a prisão e construir novas instalações. É importante apontar que nenhuma dessas decisões foram tomadas em consulta com a sociedade civil”, disse. A advogada falou em nome das ONGs Justiça Global e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, além da Conectas.

“Apesar do escândalo, o estado brasileiro não tem tido capacidade de gerenciar a crise. Mesmo depois de a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) ter feito recomendações cautelares [para conter a crise], o governo federal soube apenas responder com força militar. Componentes importantes, como prestação de contas, foram deixados de lado”, afirmou Vivian.

No final do discurso, a advogada ressaltou que o colapso nos presídios do Maranhão não é um caso isolado do sistema prisional brasileiro. Segundo ela, as penitenciárias do país estão superlotadas e não oferecem condições mínimas de sobrevivência aos detentos, como água potável, alimentação adequada e oportunidades de estudo e trabalho.

No fim do ano passado, cenas de esquartejamentos e decapitações de detentos de Pedrinhas chocaram o país. A crise foi agravada quando a violência ultrapassou os muros do presídio e tomou as ruas da capital maranhense. Em retaliação à presença da Polícia Militar no presídio, chefes de facções criminosas ordenaram de dentro de Pedrinhas uma onda de ataques a ônibus e delegacias na cidade. Uma menina de seis anos acabou morrendo após ter mais 90% do corpo queimado em uma dessas ofensivas.

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