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Ocupação da Rocinha sob suspeita

Reportagem de VEJA revela que policiais estariam recebendo "mensalinho" de 80 mil reais para fazer vista grossa ao tráfico nas vielas da favela. Informação consta de dossiê da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil

Por Da Redação
1 abr 2012, 17h18

Ocupada pela polícia há quatro meses, a favela da Rocinha, na zona Sul do Rio, está longe de ser considerada uma área pacificada. Nos últimos dois meses, foram registrados oito assassinatos à bala, parte deles, suspeita-se, ligada diretamente à disputa pelo controle da venda de drogas, que persiste, apesar de enfraquecida depois da prisão do chefão Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. VEJA desta semana revela detalhes de uma investigação que mostra que o velho mecanismo que associava traficantes e policiais militares pode estar mais ativo do que supõe quem acompanha a “pacificação” apenas olhando a favela a partir do asfalto.

A secretaria de Segurança do Rio apura denúncia de que policiais militares estariam recebendo propina do tráfico. Um dossiê produzido pela coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil aponta inclusive as cifras da corrupção policial. De acordo com o documento, o pagamento consiste numa “entrada” de 200 000 reais, seguida por um “mensalinho” de 80 000 reais por mês. Os valores comprariam a tranquilidade para manter o comércio de drogas sem interferência da polícia nas ruas internas e becos. Enquanto isso, o patrulhamento ficaria restrito às vias principais da favela e acontece sem a exibição de fuzis.

Hoje, dois ex-braços direitos de Nem travam uma guerra pelo comando da quadrilha. O traficante Amaro Pereira da Silva, conhecido como Neto, 30 anos, responde pela venda de drogas no parte próxima ao asfalto – a mais lucrativa. Um ex-comparsa do chefão preso, Inácio de Castro Silva, 32 anos, atua na parte alta da Rocinha e é suspeito de ser o mentor do assassinato do líder comunitário Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão.

UPP e propina – Em setembro do ano passado, outro esquema de pagamento de propina a policiais veio à tona na UPP dos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, no bairro de Santa Teresa. Assim como na Rocinha, os traficantes subornavam os policiais com o intuito de contar a conivência da UPP na venda de drogas. O comandante da unidade, inaugurada seis meses antes, acabou sendo afastado. A mesada dos PMs variava de 400 reais a 2 000 reais, de acordo com as patentes e o grau de influência na UPP.

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