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Obama anuncia acordo em plano de controle de natalidade

Por Jim Watson
10 fev 2012, 17h47

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou hoje um acordo para apaziguar os ânimos em meio ao debate sobre o acesso a medidas de controle de natalidade que indignou líderes católicos e gerou declarações dos Republicanos, em ano de eleição, de que estaria infringindo a liberdade religiosa.

Entretanto, ele encontrou um entrave: o princípio de que todas as mulheres devem ter acesso a esses serviços, deixando o ônus sobre as empresas de seguros.

Obama afirmou que as organizações religiosas não teriam mais que oferecer métodos contraceptivos gratuitamente nos planos de saúde de seus empregados e que seus adversários se aproveitaram da questão.

“Os empregadores não terão que pagar por ou oferecer serviços de controle de natalidade. Mas as mulheres que trabalham nessas instituições terão acesso a contraceptivos gratuitamente assim como outras mulheres,” afirmou o presidente.

“A liberdade religiosa será mantida, e uma lei que exige cuidados preventivos gratuitos não irá discriminar as mulheres.”

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A discussão começou quando o governo Obama decidiu não isentar os empregadores religiosos de uma exigência na sua lei de reforma da saúde que dizia que os planos de saúde de trabalho deveriam cobrir serviços para a contracepção.

Oficiais argumentaram que as mulheres que trabalham como, por exemplo, enfermeiras em um hospital católico, não necessariamente compartilham da oposição de seus empregadores ao uso de anticoncepcionais e devem ter os mesmos direitos das que trabalham em outros locais.

Líderes católicos estavam indignados –embora as igrejas estejam isentas– e os republicanos usaram a polêmica para levantar questões sociais, disparando sua base política conservadora em ano de eleição.

O representante do Partido Republicano, John Boehner, acusou Obama de montar um “visível ataque à liberdade religiosa” enquanto republicanos tentavam comprometer a imagem de Obama entre os eleitores católicos.

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O candidato do Partido Republicano à Presidência Rick Santorum acusou Obama de coerção.

“Não é sobre controle de natalidade. É sobre liberdade econômica, é sobre liberdade de expressão, é sobre liberdade religiosa,” declarou Santorum

“É sobre o governo controlar suas vidas e isso tem que acabar.”

Porém Obama, em uma tentativa de dar fim à discussão que dominou Washington por uma semana e desviou os esforços da Casa Branca para mostrar o crescimento da economia, condenou aqueles que tinham procurado obter ganhos políticos do episódio.

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“Eu entendo que alguns caras em Washington queiram tratar isso como mais uma questão de cunho político. Mas não deveria ser. Eu certamente nunca encarei dessa forma,” comentou.

No entanto, buscando evitar rancores da importante parcela de mulheres eleitoras, o governo disse que Obama não tocou no ponto central da discussão –o controle de natalidade sem custo para todas as mulheres.

Funcionários disseram que a administração iria agora exigir que as companhias não incluíssem medidas contraceptivas em planos de saúde para organizações religiosas.

Mas as empresas teriam que entrar em contato direto com as mulheres para verificar se elas desejam receber serviços contraceptivos e não poderão cobrar nenhuma taxa extra por isso.

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A Associação Católica de Saúde, que disse estar “muito satisfeita” com o acordo, que, segundo ela, protege a liberdade religiosa e os direitos das instituições católicas.

“O cenário desenvolvido respondeu às questões que achamos que precisavam de ajustes,” afirmou a Irmã Carol Keehan.

A Federação de Planejamento Familiar, uma organização sem fins lucrativos que luta por direitos das mulheres, também apoiou a decisão.

“Frente a uma enganosa e ultrajante agressão contra a saúde feminina, a administração de Obama reafirmou seu compromisso de assegurar que as todas as mulheres tenham acesso a medidas de controle de natalidade,” disse a presidente da Federação, Cecile Richards.

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Não houve reação imediata das organizações católicas conservadoras.

Pesquisas mostram que a maioria dos católicos –e do público dos EUA em geral– apoia a decisão do presidente, que recebeu críticas pesadas de alguns dos maiores grupos da igreja, já que contracepção vai de encontro aos seus ensinamentos.

Mas a polêmica preocupa a Casa Branca caso possa afetar a imagem de Obama com os eleitores operários brancos católicos que exercem um papel decisivo nas eleições presidenciais em estados importantes como Pensilvânia e Ohio.

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