O que restou a Bolsonaro, após o encontro de Lula e Trump
Com o fim do sonho de um golpe internacional, só resta ao ex-presidente tentar derrotar a esquerda em 2026 para obter o perdão judicial e deixar a cadeia
Lula finalmente se reuniu com Donald Trump. A conversa, segundo auxiliares, girou em torno de questões relacionadas ao tarifaço e as sanções dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
O clima amistoso sinalizou, como destacaram Lula e Trump, um possível acordo sobre questões comerciais e a retomada do diálogo harmonioso entre os dois governos.
A foto de Lula e Trump sorridentes solapou o discurso bolsonarista que apostava numa ação agressiva dos Estados Unidos contra o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia.
Trump teve a chance de, na frente das câmeras, falar de Bolsonaro. Teve a chance de constranger Lula e o governo petista como fez em outras reuniões com chefes de Estado. Em vez disso, Trump exaltou Lula.
Ainda que nada de concreto tenha saído do encontro, Lula saiu maior da conversa com Trump.
A Bolsonaro resta agora enfrentar a realidade. Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, o ex-presidente não conseguirá escapar da cadeia.
Sua melhor chance de se reinventar é garantir que um aliado vença as eleições presidenciais de 2026. Se um bolsonarista derrotar Lula no próximo ano, o ex-presidente talvez consiga o perdão judicial prometido por alguns candidatos a sucedê-lo nas urnas.
A direita, no entanto, precisa acordar para a realidade e parar de acreditar em fantasias autoritárias. O golpe internacional tramado por Eduardo Bolsonaro fracassou antes mesmo de existir como possibilidade.
“É preciso definir logo o discurso e o nome que enfrentará a esquerda nas urnas. Precisamos encerrar as divisões e reorganizar a estratégia. Sem isso, vamos continuar assistindo Lula jogar sozinho”, diz um parlamentar aliado de Bolsonaro.
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