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O prédio do TRT-SP: um suicídio a cada seis meses

Nos últimos dois anos, houve quatro casos de suicídio. O último aconteceu na semana passada

Por Caio Salles
Atualizado em 2 set 2016, 21h40 - Publicado em 2 set 2016, 18h48

Na semana passada, o motoboy Carlos Ti On Martins Kon Tien, de 41 anos, pulou do 17º andar do prédio do Fórum Trabalhista do Tribunal Regional de São Paulo, com o filho, de 4, no colo. O suicídio foi o quarto caso desde outubro de 2014, uma triste média de um a cada seis meses.

Mas por que o local se tornou um palco desses acontecimentos trágicos? Segundo especialistas ouvidos por VEJA, são três os principais motivos.

. O primeiro é que não há nenhum controle de entrada e saída de pessoas, o que facilita que potenciais suicidas vão até lá para tentar se matar;

. Além disso, a intensa movimentação no edifício favorece o anonimato e tira a atenção das equipes de segurança (na semana anterior, elas tinham conseguido evitar uma outra tentativa, segundo frequentadores do prédio);

. Também conta o enorme vão livre, de 70 metros de altura, virado para dentro do edifício — portanto não é necessário abrir uma janela ou tentar chegar à cobertura para pular;

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. E, por fim, há o que os especialistas chamam de efeito de imitação. Uma vez que ocorre um caso, o local passa a figurar na mente de quem pensa naquilo como uma possibilidade para tirar a própria vida.

O mais recente suicida, por exemplo, não tinha nenhuma ligação com o prédio. Segundo o delegado titular do 23º DP, de Perdizes, Lupércio Antônio Dimov, Carlos Martins não tinha nenhum processo no prédio e foi até lá com a única intenção de se matar. No caso mais recente antes deste, sete meses atrás, o suicida tinha uma causa que tramitava no fórum. Mário Sérgio Carvalho de Souza, de 41 anos, jogou-se do 16º andar.

Em um comunicado, a assessoria do TRT informou que o edifício atende todas as normas de segurança. No entanto medidas foram tomadas para evitar novos incidentes. Em março, a administração do prédio chegou a bloquear, com faixas de plástico, as rampas que cruzam o vão — foi de lá que pularam os últimos suicidas. A ideia era construir um parapeito para evitar novas quedas, mas a obra foi paralisada por falta de verba. Embora tenha sido retomada, ainda não foi concluída.

Um outro projeto de reforma do prédio, ao custo de 6 milhões de reais, ainda não saiu do papel.

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