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O laranja do ex-PM Adriano da Nóbrega

Vendedor de carros foi usado para esconder fazenda de ex-policial em Tocantins

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Daniel Pereira Atualizado em 25 mar 2021, 19h47 - Publicado em 17 out 2020, 18h10

Uma reportagem de VEJA desta semana revela que o ex-PM Adriano da Nóbrega acumulou um patrimônio calculado em 10 milhões de reais até ser morto, em fevereiro passado, em um confronto com a polícia da Bahia. Parte dessa fortuna inclui fazendas em nome de laranjas. Uma delas fica em no município de Pindorama do Tocantins, tem 534 hectares e foi vendida por 800 mil reais três meses depois da morte do policial.

A propriedade estava em nome do vendedor de carros usados João da Silva, conhecido na cidade tocantinense como João de Dego. O rapaz é a principal pista para as autoridades identificarem um pedaço da fortuna escondida de Adriano da Nóbrega, que, além de fazendas, inclui carros, apartamentos, participações em empresas e cavalos de raça. O vendedor nega ser laranja do ex-policial.

“Sou corredor de vaquejada. Já ganhei mais de 40 motos e uns dez carros. O Adriano me contratou para correr para ele me pagando um bom salário”, afirmou João. Eu ganhei uns oitenta troféus para o Adriano. Ele deixava o prêmio em dinheiro todo para mim”, diz.  Essa história contada por João é uma meia verdade.

João começou a trabalhar com Adriano em 2015, como tratador de cavalos. Uma pesquisa no site da Associação Brasileira de Vaquejada revela que João da Silva aparece na 272ª posição na categoria de amadores. Entre os profissionais, está classificado em 442º lugar. VEJA ouviu dezenas de pessoas da região todas retratam João como um homem humilde e que jamais foi “agropecuarista”, como se apresentou no cartório, quando colocou uma das fazendas de Adriano em seu nome.

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“Esse tal de Adriano comprou a terra e passou para o nome do João de Dego. Depois que mataram ele, o João pegou e vendeu”, diz Edinilson Custódio de Jesus, posseiro que vive dentro da Fazenda Boa Esperança há 21 anos. Quem foi ao cartório providenciar a documentação foi Gilvan Turíbio Mascarenhas, filho de Florair Turíbio de Souza, que vendeu a fazenda para João. “Foi o Adriano que comprou, fez o pagamento e passou para o nome do João”, disse Gilvan.

Os documentos registrados em nome de João no Tocantins podem ajudar a polícia do Rio a puxar o fio de uma grande meada. Adriano é peça importante na investigação do esquema das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio, especialmente no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador. A mãe e a ex-mulher do miliciano trabalhavam no gabinete de Flávio, onde uma parte do dinheiro dos funcionários era recolhida pelo também ex-policial Fabrício Queiroz, amigo e parceiro de Adriano.

Em janeiro de 2019, Adriano teve a prisão decretada, sob a acusação e chefiar um grupo de matadores que operava para a polícia carioca. O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio tocam investigações a fim de rastrear a localização da herança deixada pelo ex-policial e tentam identificar quem se beneficia ou se apropriou dela.

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