O deputado federal Chiquinho Brazão prestou, nesta segunda-feira, 21, depoimento ao Supremo Tribunal Federal, no inquérito da morte da vereadora Marielle Franco. Preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, o parlamentar, que está sem partido, chorou ao falar da família, negou conhecer o ex-policial Ronnie Lessa, apontado como o executor do crime, e disse que a parlamentar tinha um “futuro brilhante”. Ele é réu na ação penal, como um dos mandantes do caso, conduzido na Corte pelo ministro Alexandre de Moraes. A entrevista, contudo, teve sua fluência dificultada em razão de falhas técnicas na internet do presídio de onde o deputado falava. Por isso, o interrogatório deve continuar nesta terça-feira, 22.
O depoimento foi conduzido pelo juiz Airton Vieira, que trabalha junto ao gabinete de Moraes. Na delação feita por Lessa, Chiquinho foi citado ao lado do irmão, Domingos Brazão, como o mandante da execução da vereadora. Nesse rol, também foi incluído Rivaldo Barbosa, delegado de Polícia Civil que na época do crime chefiava a Segurança do estado do Rio e, de acordo com as investigações, teria auxiliado os Brazão no crime.
Em sua fala, contudo, Chiquinho disse que nunca teve nenhum contato pessoal com Lessa. “Não tenho dúvida de que ele poderia me conhecer, mas eu não tenho lembrança de ter estado com essa pessoa”, afirmou.
Ao tratar diretamente sobre Marielle, ele disse que tinha uma relação “excelente” com a vereadora, de quem foi companheiro de mandato. E classificou o crime como uma “maldade”. “Foi maldade o que fizeram. Marielle tinha um futuro brilhante. Ela era uma vereadora muito amável”, completou.
Nesta terça-feira, a expectativa é que o irmão de Chiquinho, Domingos, também seja ouvido. Este está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.