‘O Brasil pode contar conosco’
Rivka Cohen estava na delegação de 136 integrantes das Forças Armadas de Israel, que veio ao Brasil para ajudar no resgate das vítimas de Brumadinho
A função de Rivka Cohen, major do Exército israelense, 31 anos, nas buscas em Brumadinho foi a chamada inteligência de campo. Ela sobrevoava de helicóptero as áreas atingidas e ajudava a definir que lugares deviam ser explorados pelas equipes. A militar estava na delegação de 136 integrantes das Forças Armadas de Israel que chegou a Minas Gerais em missão acertada por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do país, entusiasmado com os acenos do presidente Jair Bolsonaro para mudar a embaixada brasileira para Jerusalém.
O grupo já havia atuado em 28 missões internacionais, em países como Haiti e México, atingidos por terremotos. “Queremos que vocês saibam que o Brasil pode contar conosco e que nos sentimos realmente muito gratos e orgulhosos de poder ajudar”, disse Rivka, ao voltar de um sobrevoo. Uma equipe de psicólogos acompanhava o grupo a cada jornada de buscas — de modo a servi-lo, mas também no caso de localização de sobreviventes.
“Apesar de toda a experiência das forças israelenses e de não termos sido surpreendidos por nada que presenciamos aqui, os psicólogos nos apoiam com conversas. No fim de cada dia, nós nos reunimos e falamos sobre as experiências”, explicou Rivka durante os trabalhos.
A delegação ficou hospedada em duas estruturas do Exército brasileiro em Belo Horizonte: o 12º Batalhão de Infantaria e a 4ª Cia. da Polícia do Exército. Rivka disse que não percebeu nenhum incômodo da parte de militares brasileiros com a presença da delegação estrangeira na ação de resgate. “Tivemos uma ótima recepção”, assegurou.
Publicado em VEJA de 6 de fevereiro de 2019, edição nº 2620