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O 1º aniversário do menino Bruninho, filho de Eliza Samudio

Bebê, que seria o pivô da briga entre a jovem e o goleiro Bruno Fernandes, reconhece as fotos da mãe e começa a dar os primeiros passos na casa da avó

Por Andréa Silva
10 fev 2011, 06h11

Pai e mãe de Eliza Samudio ainda disputam a guarda da criança. Ação de reconhecimento de paternidade ainda se arrasta e não existe laudo sobre o exame de DNA que poderia provar o parentesco com Bruno

A semana começou agitada na casa da sitiante Sônia de Fátima Moura, em Anhanduí, cidade a 30 quilômetros de Campo Grande (MS). Desde segunda-feira ela prepara a comemoração do primeiro aniversário do neto Bruninho, de quem tem a guarda provisória. O menino, que já balbucia “vovô”, “vovó” e “mamãe”, reconhece na parede a foto da mãe, a jovem Eliza Samudio. Antes mesmo de nascer, Bruninho foi envolvido na história de um dos crimes mais macabros e de maior repercussão da história recente do Brasil.

A criança que, segundo o inquérito da Polícia Civil mineira e a denúncia oferecida pelo Ministério Público, escapou de morrer minutos antes da execução da mãe, Eliza, completa um ano nesta quinta-feira, 10. Ele é a alegria na casa de Sônia. “Ele enche o meu coração de felicidade. Aprendo muito com ele. Estou mais centrada, mais calma. Estou exercendo novamente a maternidade”, diz Sônia. “Apesar de todo o meu sofrimento pela morte da Eliza, é muito gratificante poder ficar 24 horas por dia com meu neto”, afirma.

Na casa da avó, Bruninho sorri quando vê o retrato de Eliza. E não é difícil perceber, nas feições do menino, a semelhança com o goleiro Bruno Fernandes, que atuava no Flamengo e atualmente está preso em Minas Gerais sob acusação de ter tramado o seqüestro e o assassinato de Eliza.

Eliza Samudio passou a ser um nome conhecido em todo o Brasil em meados do ano passado. Ela está desaparecida desde 9 de junho de 2010, dois dias antes de vir à tona o envolvimento de Bruno no crime.

Sônia, que falou com Eliza pela última vez há um ano, obteve a guarda de Bruninho na Justiça de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Sônia, que falou com Eliza pela última vez há um ano, obteve a guarda de Bruninho na Justiça de Foz do Iguaçu, no Paraná. (VEJA)
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Bruninho foi também a primeira ‘pista’ de que o sumiço de Eliza Samudio não havia ocorrido como relatou o jogador, à época. Depois de o goleiro afirmar que não via Eliza “há mais de dois meses”, a criança foi encontrada em poder de Dayanne Souza (ex-mulher do atleta) e de amigos de Bruno.

Pensão – Paralelamente às ações criminais que vão apontar se Bruno tem responsabilidade na morte de Eliza, o goleiro, que é réu em ações de reconhecimento de paternidade, recebeu sentenças para ajudar a arcar com o sustento de Bruninho. Em outubro de 2010, a juíza Maria Cristina de Brito, da 1ª Vara de Família da Barra da Tijuca, determinou que o Flamengo depositasse o equivalente a 17,5% do salário do atleta (cerca de mil reais mensais) para quem tiver a guarda do menino.

Por determinação da magistrada, caso o exame de DNA indicasse que o goleiro Bruno não é pai da criança, o valor será devolvido ao clube carioca. Porém, como explica a advogada Mária Lúcia Borges, o Flamengo entrou com um recurso alegando que o contrato com o jogador está suspenso e, por isso, não há pagamento. Resultado: até hoje a avó, Sônia, não recebeu nenhuma ajuda financeira.

A confirmação da paternidade se arrasta desde antes de Eliza desaparecer. Mária Lúcia afirma que há dez dias solicitou à juíza da 1ª Vara de Família que oficiasse o laboratório, devido à falta do laudo. “Na ocasião em que o Bruno ficou preso no Complexo Penitenciário Bangu 2, foi encaminhado um kit para que fosse colhido o sangue, mas o procedimento não foi realizado”, diz a advogada.

Luiz Carlos Samudio com Bruninho
Luiz Carlos Samudio com Bruninho (VEJA)
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O futuro do menino permanece incerto. Sônia, que tem a guarda provisória, diz que tenta oferecer ao neto a vida que não pôde dar a filha. As duas se separam quando Eliza tinha apenas cinco meses. A sitiante acusa o ex-marido pela distância que manteve de Eliza por todo esse tempo. Para ela, cuidar de Bruninho é também um grande conforto.

A Justiça, no entanto, ainda não decidiu se é com Sônia que Bruninho deve ficar. O avô, o arquiteto Luíz Carlos Samúdio, 46, que reside em Foz de Iguaçu (PR), não desistiu da guarda da criança. Ele lamenta passar a data longe do neto e diz que, desde que a Justiça passou a guarda provisória para a ex-mulher, não teve mais contato com a criança. As notícias, segundo ele, chegam dos parentes de Sônia, que vivem em Foz de Iguaçu.

“Eu perdi a minha filha. O Bruninho é um pedacinho dela que nos foi deixado. Planejei outra vida para ele. Até hoje mantenho o berço dele com todo o enxoval que compramos quando ele veio morar comigo e minha família”, conta Luiz Carlos, que entrou com recurso na Justiça para ter o direito de visitar o neto.

Por enquanto, Sônia tem levado vantagem e tenta, a seu modo, amenizar a conturbada situação familiar do menino. “Vamos fazer uma brincadeira, com bolo, balões, músicas e o parabéns. É um presente para ele, que é uma criança muito feliz e transmite felicidade a todos a sua volta”, disse a avó ao site de VEJA. A advogada de Sônia, Maria Lúcia Borges, afirma que Sônia providenciou o acompanhamento psicológico necessário, com profissionais do Fórum de Campo Grande, para poder lidar com a situação enfrentada pelo neto e para, eventualmente, ter que explicar a ele no futuro a verdadeira história de seus pais. “Ela não quer viver com a mentira. Está sendo preparada para saber enfrentar a situação. Ela foi orientada a escolher a verdade e vem criando uma base para poder responder quando a criança começar questionar sobre essa situação”, explicou Maria Lúcia.

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