Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Nordeste vive pior seca dos últimos 30 anos

Por Da Redação
8 Maio 2012, 19h36

Por Angela Lacerda

Recife – O quadro é de desolação no semiárido nordestino, que enfrenta a pior seca dos últimos 30 anos – desde a dificuldade de água para beber à destruição de plantações e perda de animais. São 525 municípios em estado de emergência.

Em Pernambuco, são 70 os municípios que vivenciam problemas já expressos em alguns números da Secretaria Estadual de Agricultura: na maioria desta área a redução das chuvas foi em média de 75% – chegando até 92% em alguns – e a maioria dos açudes localizados no sertão está com 30% da sua capacidade. A falta de chuva provocou a perda de 370 mil toneladas de grãos. Nos cem primeiros dias deste ano, o número de animais vendidos para fora do Estado é 73% maior que o do mesmo período do ano passado.

“Os criadores, a maioria deles pequenos, estão se desfazendo dos seus animais porque falta ração, falta capim, falta sorgo”, afirma o secretário estadual de Agricultura e presidente do Comitê Integrado de Combate à Seca de Pernambuco, Ranílson Ramos, que prevê dificuldade de recomposição do rebanho depois da estiagem, já que as fêmeas de boa linhagem têm sido comercializadas para o Pará e Maranhão.

Continua após a publicidade

Nem todos os criadores, no entanto, têm a sorte de conseguir vender seus animais. “É uma tristeza a gente ver os agricultores de pequenos sítios da área rural de Águas Belas pegarem seus bichos já muito magros para levar para as feiras na cidade e voltarem para casa com os mesmos animais”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Águas Belas, no sertão pernambucano, André de Santana Paixão. Com 33 anos, André só se lembra de ter visto secas tão fortes em 1983 e em 1998.

Ele reforça o que diz o governo: pelo menos por enquanto a população atingida pela seca não passa fome. “Passa necessidade”, afirma ele. O Bolsa Família chega para 850 mil famílias no agreste e no sertão. Os carros pipas – única fonte de abastecimento d’água – voltaram a povoar a região semiárida. Ranílson Ramos afirma que o Estado precisa de 1,5 mil deles para atender as comunidades afetadas pela falta d’água. Por enquanto, são 1,1 mil rodando pela região – 600 deles do governo estadual e o restante do Exército e de prefeituras.

Os recursos anunciados pelo governo federal para minorar a agonia dos que vivem no semiárido nordestino – de liberação de crédito ao Bolsa Estiagem – ainda não se concretizaram. Organizados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape), sindicatos têm mobilizado pequenos agricultores em protestos exigindo rapidez na efetivação das medidas e a participação da sociedade civil nos comitês de combate à seca.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.